ATA DA SEPTUAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
13-9-2007.
Aos treze dias do mês de setembro do ano de dois mil
e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Claudio Sebenelo, Dr. Raul,
Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, José Ismael Heinen,
Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Meneghetti e
Professor Garcia. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta
declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo,
Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias
Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Marcelo
Danéris, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro,
Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano.
À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, os Pedidos de Providência
nos 3897 a 3899/07; pelo Vereador Alceu Brasinha, os Pedidos de Providência
nos 3900 a 3921/07; pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, os Pedidos
de Providência nos 3895 e 3896/07; pelo Vereador Guilherme Barbosa,
os Pedidos de Providência nos 3922 e 3923/07; pelo Vereador João
Carlos Nedel, o Pedido de Providência nº 3925/07; pelo Vereador José Ismael
Heinen, o Pedido de Providência nº 3924/07. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos
924/07, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 030, 253, 634 e 921/07,
do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, a Senhora
Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Frei Carlos Raimundo
Rockenbach, Pároco da Paróquia Santo Antônio do Partenon, que, manifestando-se
acerca da necessidade da fé e da doutrina cristã para a edificação de uma
sociedade mais justa, fraterna e igualitária, discorreu a respeito dos preparativos
da Paróquia Santo Antônio do Partenon para o 1º Fórum da Igreja Católica do Rio
Grande do Sul, que se realizará do dia vinte a vinte e três de setembro do
corrente. Ainda, comentou a importância dos setenta anos de vida religiosa e do
período em que o Frei Antônio de Caxias morou em Porto Alegre, trabalhando como
pároco e educador. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
Vereadores Professor Garcia, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Aldacir
Oliboni, Maristela Maffei, Nereu D’Avila e Dr. Raul manifestaram-se acerca do
assunto tratado durante a Tribuna Popular. Na oportunidade, a Senhora
Presidenta registrou as presenças, neste Plenário, das Senhoras Edite Maria
Caneppele Heck, Amantina Capeletti e Maria Terezinha Silva, integrantes do
Conselho Pastoral da Paróquia Santo Antônio do Partenon. Às quatorze horas e
vinte e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às quatorze horas e trinta e seis minutos, constatada a existência de
quórum. Após, a Senhora Presidenta registrou o comparecimento, nos termos do
artigo 139 do Regimento, do Senhor Beto Moesch, Secretário Municipal do Meio
Ambiente, concedendo a palavra a Sua Senhoria, que discorreu acerca das
atividades desenvolvidas pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SMAM –,
afirmando que as medidas adotadas por esse órgão são voltadas à preservação e
recuperação do patrimônio ambiental da Cidade. Nesse sentido, salientou que
Porto Alegre goza de autonomia ímpar nessa área e destacou que iniciativas
implementadas no Município, como a criação de Reservas Legais Urbanas, são
copiadas por países norte-americanos e europeus. Na ocasião, a Senhora
Presidenta registrou a presença, neste Plenário, de alunos e das Professoras
Carla Inês Lima de Freitas e Tânia Moura, da Escola Municipal de Ensino
Fundamental Vereador Martim Aranha, que comparecem à Câmara Municipal de Porto
Alegre para participar do Projeto de Educação Política, desenvolvido pelo
Memorial desta Casa. Em prosseguimento, os Vereadores Dr. Raul, Luiz Braz,
Márcio Bins Ely, Ervino Besson, José Ismael Heinen, Carlos Comassetto,
Margarete Moraes, Carlos Todeschini, Newton Braga Rosa e João Antonio Dib
manifestaram-se acerca do assunto tratado pelo Secretário Beto Moesch. Ainda, a
Senhora Presidenta concedeu a palavra ao Secretário Beto Moesch, que respondeu
aos questionamentos dos Senhores Vereadores em relação ao tema abordado por Sua
Senhoria. Às dezesseis horas e cinqüenta e cinco minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas, constatada a existência
de quórum. A seguir, foi apregoado o Memorando nº 305/07, firmado pela
Vereadora Maria Celeste, por meio do qual Sua Excelência informa a
Representação Externa da Vereadora Margarete Moraes, hoje, na abertura da
exposição “Perdas – A estética da dor”, da artista plástica Arminda Lopes, às
dezenove horas, em Porto Alegre. Às dezessete horas e um minuto, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões
Permanentes, sendo retomados às dezoito horas e dois minutos, constatada a
existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Sebastião Melo criticou
a rejeição, pelo Senado Federal, do Projeto de Resolução de cassação do mandato
do Senador Renan Calheiros por quebra de decoro, mostrando-se contrário à forma
secreta como foi realizada a votação dessa proposição. Nesse contexto, analisou
o papel atualmente desempenhado pelo Congresso Nacional no cenário político
brasileiro, considerando que o Poder Legislativo Federal não tem correspondido
às expectativas da população. O Vereador Elói Guimarães comentou a rejeição,
ontem, da cassação, por quebra de decoro, do mandato do Senador Renan
Calheiros, asseverando que é imprescindível a realização de uma reforma
política profunda no Brasil, em face do descontentamento da população com o
sistema vigente. Além disso, sustentou que o Senhor Presidente da República,
por ter considerável influência no Senado Federal, deveria ter assumido uma
postura mais vigorosa em relação ao tema objeto dessa votação. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen, sustentando que, para se ter uma
democracia justa e convincente, é necessária a autonomia e equilíbrio dos três
Poderes, referiu-se criticamente à votação secreta que absolveu o Senador Renan
Calheiros da acusação de falta de decoro parlamentar. Nesse contexto, afirmou
que ontem o Congresso Nacional perdeu a oportunidade de recuperar o conceito de
moralidade e ética que a população cobra de seus representantes. O Vereador
Carlos Comassetto manifestou-se
acerca da votação ocorrida ontem no Senado Federal, que decidiu pela absolvição
do Senador Renan Calheiros do processo de cassação de mandato por quebra de
decoro parlamentar. Ainda, afirmou
que o resultado dessa votação reflete problemas apresentados pelo Congresso Nacional
como instituição, defendendo a
elaboração de Projeto de Emenda Constitucional com vistas a alterar as normas
que hoje regem a estrutura política brasileira. O Vereador Alceu
Brasinha lamentou o resultado da
votação de ontem do Senado Federal, que absolveu o Senador Renan Calheiros da
acusação de quebra de decoro parlamentar. Além disso, saudou o transcurso, no dia quinze de setembro do
corrente, dos cento e quatro anos do Grêmio
Foot-Ball Porto Alegrense, lembrando momentos da história desse clube e declarando sua confiança na vitória gremista no jogo do
próximo domingo contra a equipe do Sport Club Internacional. O Vereador
Claudio Sebenelo discursou sobre a repercussão do resultado da votação ocorrida
ontem no Senado Federal, que absolveu o Senador Renan Calheiros da acusação de
falta de decoro parlamentar, opinando que o País inteiro ficou constrangido e
indignado com esse resultado. Ainda, abordou problemas ocorridos com o Partido
dos Trabalhadores nos últimos anos e criticou a gestão do Presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, afirmando que os brasileiros precisam resgatar sua dignidade.
O Vereador João Antonio Dib, tecendo considerações acerca da necessidade de que
se faça uma reforma política profunda no Brasil, defendeu a diminuição do
número de parlamentares nas casas legislativas brasileiras. Sobre o tema,
propugnou por mais seriedade por parte dos homens públicos, citando como uma
forma lamentável de comportamento político a absolvição do Senador Renan
Calheiros, ontem, no Senado Federal. A seguir, por solicitação dos Vereadores
Alceu Brasinha e Haroldo de Souza, foi realizada verificação de quórum,
constatando-se a existência do mesmo. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Newton Braga
Rosa comentou palestra sobre
“Inovação em Tecnologia”, proferida ontem na Federação das Associações
Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul pelo Senhor Marcos Bebiano, Líder
de Relacionamento para o Mercado Publicitário da Google no Brasil. Também, defendeu a implantação de
Parque Empresarial Tecnológico na Cidade e elogiou ações do Governo Municipal para viabilizar o acesso da
comunidade aos benefícios da informática. A seguir, foi votado Requerimento
verbal formulado pelo Vereador Claudio Sebenelo, solicitando alteração na ordem
dos trabalhos da presente Sessão, o qual recebeu doze votos SIM, em votação
nominal solicitada pela Vereadora Maria Celeste, tendo votado os Vereadores Adeli
Sell, Alceu Brasinha, Claudio Sebenelo, Haroldo de Souza, José Ismael Heinen,
Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Meneghetti,
Newton Braga Rosa e Nilo Santos, votação esta declarada
nula pela Senhora Presidenta, em face da inexistência de quórum deliberativo. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Márcio Bins Ely ratificou pronunciamentos hoje formulados por Vereadores desta
Casa, de protesto contra o resultado do processo de cassação do mandato do
Senador Renan Calheiros por quebra de decoro parlamentar. Ainda, cumprimentou o Secretário
Idenir Cecchim, pelo trabalho realizado na fiscalização do cumprimento da Lei
Municipal nº 9.992/06, referente ao tempo de espera em filas de instituições
bancárias de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Mario Fraga
pronunciou-se contrariamente à absolvição do Senador Renan Calheiros, ontem, no
Senado Federal, afirmando que o Partido Democrático Trabalhista decidiu votar
pela condenação desse parlamentar. Ainda, elogiou o trabalho realizado pela
Empresa Pública de Transporte e Circulação, especialmente na sinalização de trânsito
de vias da Zona Sul da Cidade, e, finalizando, parabenizou o aniversário do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Às
dezenove horas e dezesseis minutos, constatada a inexistência de quórum, a
Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste e Maristela
Meneghetti e pelo Vereador Aldacir Oliboni e secretariados pelos Vereadores
Alceu Brasinha e Aldacir Oliboni. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será
assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos à
O
Frei Carlos Raimundo Rockenbach, representando a Paróquia Santo Antônio do
Partenon, está com a palavra para tratar sobre o minifórum da Paróquia Santo
Antônio do Partenon e sobre o transcurso dos 20 anos da morte do Frei Antônio
de Caxias.
O SR. CARLOS RAIMUNDO ROCKENBACH: Obrigado, Verª Maria Celeste, Presidente
desta Casa. Eu também quero dar um abraço especial ao Ver. Professor Garcia,
requerente deste espaço, bem como aos demais Vereadores e Vereadoras, e a todos
os presentes. Hoje, estamos em poucos, aqui, porque é dia 13, e, no dia 13, lá
na Igreja Santo Antônio, sempre é Dia de Romaria. Então, fica todo mundo
envolvido para bem atender os devotos e devotas que para lá se dirigem,
procurando celebrar, alimentar, e fortalecer sua fé. Hoje, sendo dia 13, a
Igreja também lembra um outro grande Santo, além de Santo Antônio, o São João
Crisóstomo, cognominado Boca de Ouro, pois, como Santo Antônio, era um exímio
proclamador da palavra, defensor do direito e da justiça em favor dos pobres da
terra. Ele sempre serve, também, para nós, como inspiração e modelo neste
mundo, onde também a voz da justiça, a voz do direito, precisa se fazer ouvir
cada vez mais forte e mais estridente em favor dos pobres desta terra.
É
mais uma oportunidade que nós temos, aqui, de ocupar esta Tribuna e, antes de
mais nada, em nome da Igreja Santo Antônio, do Partenon, de sua Direção, da
Coordenadora do Conselho, Edite Heck, de todas as lideranças, das 17 Dioceses
do Rio Grande do Sul, do Presidente do Fórum, Dom Dadeus Grings, que esteve
aqui, ontem, já apresentando a importância e a magnitude desse grande evento
que temos pela frente, nós queremos expressar nossa gratidão por este precioso
espaço que nos é concedido. Sempre diante de grandes eventos da Igreja,
encontramos a mais exemplar receptividade nesta Casa para divulgá-los, pois
acreditamos que todos temos consciência da importância da fé e da doutrina
cristã da Igreja na vida de nosso povo, na edificação de uma sociedade justa,
fraterna, igualitária, onde todos possam ter vida; vida em abundância.
Nós
estamos a uma semana de um evento inédito, não só no Rio Grande do Sul, mas em
todo o Brasil e talvez em todo o mundo, que é o 1º Fórum da Igreja Católica no
Rio Grande do Sul. Claro, a data deste Fórum é do dia 20 até o dia
23 de setembro, mas em todo o Estado, já desde o início do ano, as dioceses e
paróquias estão em plena movimentação, em todas as dioceses já aconteceram os
minifóruns. Para nós, da Igreja Santo Antônio, não poderia ter sido diferente;
do dia 1º até o dia 09 de setembro também fizemos o nosso minifórum, onde
inicialmente tentamos resgatar e fazer memória das grandes coisas que
aconteceram na história dessa Paróquia, desde 1875, quando foi edificada a
primeira capela na Colina de Santo Antônio, até os nossos dias. Procuramos
evocar personagens importantes, que foram decisivos nessa bela e rica história
de nossa Paróquia, dentre esses, Frei Germano de Saint’Sixt,
que veio lá da longínqua França, e que foi quem iniciou a construção desse belo
templo sobre a colina de Santo Antônio. Também destacamos, dentre todos, o Frei
Antônio de Caxias, que dos seus 95 anos de vida, 77 de vida religiosa, e 70 de
sacerdócio, passou 54 anos no meio de nós, aqui em Porto Alegre, como pároco,
como vigário, como educador, como capelão do Colégio Sévigné. Mas não foi pelo
tempo que ele deixou muitas marcas, foi, sobretudo, pelo seu modo de ser -
capuchinho -, pelo seu modo de vida. Por isso, não podíamos deixar passar em
branco os 20 anos de sua passagem desta para outra vida, ou seja, dos 20 anos
de sua estada na Casa do Pai, lá no céu, porque nós temos certeza que ele está
lá. E nós, como paróquia, queremos estar unidos a todo o Estado, a toda Igreja
do Rio Grande do Sul, e também unidos à Igreja da América Latina, que do dia 13
até o dia 31 de maio viveu a 5ª Conferência do Episcopado Latino-Americano, lá
em Aparecida do Norte; e essa Igreja pede que todos nós, como cristãos, não
percamos de vista as santas mulheres e os santos homens que fizeram e fazem a
nossa história.
Por
isso, falando de Frei Antônio, nós temos a certeza de que ele é santo, porque
os bispos reunidos em Aparecida nos disseram claramente que santo e santa não
são só aqueles que são reconhecidos canonicamente pelo Vaticano, mas são muitos
que, anonimamente, fizeram essa bela história do nosso povo e lutaram pela vida
e dignidade do nosso povo.
Por
isso, nós estamos aqui, dentro do contexto do minifórum, que foi muito rico
rememorando a história, e também procurando ver as perspectivas, os anseios e
os sonhos de nosso povo em relação à Igreja, à sociedade e ao mundo. Queremos
que esses desafios que o povo nos lança sejam levados a sério por todos nós,
porque o povo anseia por vida, dignidade e por justiça.
Mais
uma vez fazendo também coro à voz do nosso arcebispo Dom Dadeus, que ontem aqui
esteve, nós queremos conclamar todo o povo. É uma oportunidade ímpar, única,
onde todas as dioceses vão se encontrar, vão partilhar as alegrias vividas e
sobretudo os anseios e sonhos que todos nós alimentamos. Um lugar em que nós podemos
participar de uma diversidade de atividades aqui já apresentadas, e que vocês
têm em mãos através deste folder que foi distribuído, onde teremos várias
celebrações, conferências, oficinas e mais de 170 tendas que dão visibilidade à
Igreja do Rio Grande do Sul e nos mostram a importância da presença dela na
vida deste povo, na vida desta sociedade, na vida de nossos cristãos.
Então,
este convite se dirige a todos que nos acompanham pela TVCâmara, a todos os que
aqui trabalham, a todos os que se esforçam e desejam vida melhor para o nosso
povo. O convite está lançado. Participem todos, porque este convite não é
endereçado só a quem é católico, mas a todas as mulheres e homens de boa
vontade.
E
como não poderia deixar de acontecer, sempre que a Paróquia Santo Antônio se
faz presente, em qualquer lugar, um símbolo se torna indispensável. Este
símbolo também tem tudo a ver com o Fórum, porque pão significa vida: pão
partilhado é pão abençoado, pão acumulado é pão amaldiçoado. Isso, a bíblia já
nos mostra desde o princípio, com o Maná no deserto: quem acumulava, encontrava
o pão carunchado no dia seguinte. Por isso, pão abençoado é pão partilhado.
Então nós queremos abençoar este pão, para que esta Casa, cada vez mais, possa
lutar para que todos possam ter o pão sobre a mesa, possam ter vida, esperança
e dignidade. Junto com este pão, nós queremos abençoar a todos vocês, desde
quem coordena esta Casa a quem aqui trabalha como Vereador, todos os
assistentes, todos os que se esforçam pelo bem-estar do nosso povo!
Que
o Deus de bondade, por intercessão de Santo Antônio, também do Santo do dia de
hoje, São João Crisóstomo, abençoe estes pães, coloque neles sua força, seu
espírito, para que eles sejam o símbolo da partilha, do amor e da vida! Que
Deus vos abençoe e vos guarde em vossa missão; que Deus volva o Seu olhar para
todos vós e sempre manifeste o Seu amor, a Sua misericórdia! Que Deus vos
mostre a Sua face e vos conceda muita saúde, muita luz, muita vida, muita
esperança e paz! Que Ele vos abençoe, e todos vós possais ser benção uns para
os outros e, sobretudo, benção para o nosso povo! Em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. Amém!
Agora,
vamos partilhar este pão, e que esta partilha simbolize também o nosso desejo e
a nossa luta, e que ele esteja em todas as mesas! Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Por
gentileza, Frei, componha conosco a Mesa!
O
Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Prezada
Presidenta, prezado Frei Carlos Rockenbach, pároco da Paróquia Santo Antônio,
que hoje veio falar um pouco do Fórum da Igreja Católica, do minifórum da
Paróquia Santo Antônio e do transcurso dos 20 anos da morte do Frei Antônio de
Caxias. Falo em meu nome, em nome da Verª Clênia Maranhão e do Ver. Elias
Vidal. Quero também fazer uma saudação especial a Edite Heck, Presidente do
Conselho Pastoral Paroquial; à Amantina Capeletti, Ministra Extraordinária da
Eucaristia, que, durante muito tempo trabalhou no Apostolado da Oração; e à D.
Terezinha e à D. Zélia, que estão entregando os pães aqui. Quero dizer, Frei
Carlos, que a simbologia da partilha nos leva a um momento maior, um momento da
importância de socializar aquilo que temos. Temos tão pouco, mas há um velho ditado que diz
que ninguém não pode ter nada para dar, ou seja, cada um de nós tem, sim, a sua
contribuição. Então, neste momento em que a Igreja Católica do Rio Grande do
Sul comemora os seus 400 anos, é importante o senhor vir aqui, trazer esta
mensagem, falar do Frei Antônio de Caxias, com o qual tive a oportunidade,
quando era paroquiano da paróquia Santo Antônio, de conviver, e dizer que a
santidade se faz a cada dia, e ele é daqueles que sempre transmitiu a boa-nova
a todos.
Então, parabéns, Frei Carlos, e a todos os
paroquianos da Igreja Santo Antônio. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta,
Verª Maria Celeste; meu caro Frei Carlos Rockenbach, quero dizer da minha
satisfação em relembrar a figura histórica e religiosa do Frei Antônio de
Caxias. Fiz o ginásio (Ensino Fundamental) em Caxias do Sul e conheci vários
familiares do Frei Antônio; quando cheguei a Porto Alegre é que vim a conhecer
de perto o Frei Antônio. Tive também a satisfação de vê-lo receber nesta Casa o
título de Cidadão de Porto Alegre, Diploma assinado por mim, que, na
oportunidade, era o Prefeito. Foi, em 1984, a última oportunidade em que ouvi
Frei Antônio falando com aquela fluência, com aquela facilidade. Portanto,
quero cumprimentar a Paróquia de Santo Antônio pela grande figura religiosa -
um santo mesmo, porque realmente ele tinha todas as qualidades de um santo - ,
e que os fiéis da sua Paróquia sejam também felizes e tenham como exemplo essa
figura extraordinária do Frei Antônio. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma
Srª Presidenta da nossa Casa, Muito Digna Verª Maria Celeste; quero
cumprimentar de modo todo especial o Frei Carlos Raimundo Rockenbach, pároco da
nossa Paróquia Santo Antônio, do Partenon. Quero, em nome da Bancada do
Democratas, desejar que esse primeiro Fórum da Igreja Católica do Estado do Rio
Grande do Sul se revista de pleno êxito, e também destacar a oportunidade da
realização desse fórum, justamente nos 400 anos de evangelização da Igreja no Rio
Grande do Sul. Este será o primeiro; a Igreja se inserindo na modernidade, na
sua adaptação aos dias atuais.
E também quero dizer ao Frei Rockenbach que tive a
oportunidade, neste final de semana, quando fiz uma viagem para participar de
uma festa de família, de encontrar o nosso Frei Irineu Costella, na cidade de
Ijuí, e fiquei muito feliz, porque foi justamente na Paróquia onde fiz a minha
primeira comunhão. Então, em nome do Democratas, mais uma vez, com certeza,
vamo-nos fazer presente pessoalmente. Sucesso, sucesso, sucesso, para o bem de
todos nós! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Aldacir
Oliboni está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Em nome da
Bancada do Partido dos Trabalhadores, nós também queremos nos solidarizar e
parabenizá-lo pela sua estada aqui na Câmara de Vereadores, e dizer da enorme
importância que tem o Fórum da Igreja Católica no Rio Grande do Sul, que é o
primeiro fórum, na verdade, que traz o lema: “Nossa terra, nossas raízes, nossa
fé. Festa do povo cristão”.
A Igreja tem que acompanhar todos os problemas do
mundo, mas também ela, além de ser uma servidora, como está no fôlder aqui, ela
é não só uma colaboradora, ela é uma acolhedora dos problemas do cidadão, da
cidadã, enfim, do cristão. E nós, como Câmara de Vereadores, ao perceber essa
iniciativa, acreditamos que é de extrema importância, porque o mundo precisa
disso, o mundo precisa muito de solidariedade, de esperança. A esperança talvez
seja maior ainda, porque nós, cidadãos e cidadãs, que acompanhamos os fatos que
ocorrem no dia-a-dia, se não tivermos fé e esperança, poderemos ter muitas e
muitas dificuldades. Eu acredito que esse evento vem fortalecer a fé do
cidadão, para que ele acredite num mundo melhor, a partir da sua iniciativa,
das suas idéias e das suas ações. Parabéns, e seja bem-vindo.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Boa-tarde, Srª Presidenta, em primeiro lugar, quero dizer que é sempre
uma alegria receber o nosso querido Frei e as meninas que o acompanham, que nos
trazem alento por meio do pão, que é tão significativo, sendo que aqui a gente
faz o verdadeiro milagre da partilha.
Falando
em relação ao Fórum, nós sabemos da importância que a Igreja Católica tem no
mundo inteiro, que não é apenas a questão da oração, de todo o seu ritual, mas
também nas questões sociais, econômicas e políticas do mundo inteiro, em
especial o trabalho dos capuchinhos e dos franciscanos, dos quais vêm todas as
minhas raízes de políticas de fé.
É uma alegria, sim, ver
realizando-se esse Fórum no momento em que o mundo, cada vez mais, precisa de
uma reflexão sobre as suas práticas,
sobre as suas atitudes. Então, a nossa Bancada se soma, nesse sentido, a esse
gesto democrático, fraterno e também espiritual, que, com certeza, vai irradiar
no mundo inteiro. Vocês são sempre muito bem-vindos.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Nereu D’Avila está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. NEREU D’AVILA: Srª
Presidenta, caro Frei Carlos Rockenbach, Pároco da nossa Paróquia Santo
Antônio, tão simpática a todos nós, que nos traz hoje o beneplácito do
pãozinho, que significa a partilha que Jesus fez na Última Ceia. Queremos dizer
que é importante para Porto Alegre, portanto, é muito importante para nós que
representamos a Cidade, inclusive para a Paróquia, que é uma das forças vivas
de um bairro, e de uma tradição fantástica na Cidade, esse minifórum lá da
Paróquia, como o Fórum que se vai realizar em Porto Alegre, de 20 a 23 de
setembro. E, ontem, o nosso Arcebispo Dom Dadeus esteve conosco, na tribuna,
também dando ênfase a esse Fórum. Portanto, Porto Alegre sente-se orgulhosa, e
a Câmara mais, porque é mais uma oportunidade de a Cidade receber pessoas,
idéias, troca de sapiências, pois cada um traz a sua sabedoria.
Portanto,
é um acontecimento muito forte, muito bom para todos nós porto-alegrenses. Em
nome da Bancada do PDT, quero saudá-lo nesta Casa e dizer que estamos sempre
prontos e abertos para qualquer eventualidade, e leve aos seus paroquianos
dessa tradicionalíssima Igreja de Santo Antônio todo o nosso carinho e toda a
nossa saudação. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. DR. RAUL: Nobre
Presidenta, Frei Carlos Raimundo Rockenbach, Pároco da Paróquia de Santo
Antônio do Partenon, é sempre uma satisfação muito grande tê-lo aqui entre nós,
trazendo uma mensagem de fé sempre positiva para todos. Em nome da Bancada do
PMDB, eu gostaria de saudá-lo pela realização importante do minifórum na
Paróquia de Santo Antônio e pelo transcurso dos 20 anos da morte do Frei
Antônio de Caxias.
Também
não poderia deixar de me manifestar no sentido de dizer da grande relevância do
primeiro Fórum da Igreja Católica do Rio Grande do Sul, que é uma excepcional
manifestação de fé de todos os católicos e de toda a fé cristã, e será, com
certeza, uma celebração de ação de graças pela presença de Deus em meio a todos
nós. Assuntos importantíssimos como a vida e a missão da Igreja, celebrações
que lá se farão, inclusive inter-religiosas, ecumênicas. Então, podemos dizer
que a oportunidade é ímpar e vai ser um passo muito grande e muito feliz, e a
fé vai-se instalar com mais força no coração de todos nós em função dessa
solidariedade e dessa integração entre todos os cristãos.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Queremos
agradecer, Frei Carlos, a sua presença entre nós, também a presença da Srª
Edite Heck, Presidente do Conselho Pastoral da Paroquial; a Srª Amantina
Capeletti, componente do Conselho Pastoral; a Srª Terezinha e Dona Zélia, que
sempre estão aqui conosco e fazem parte da Pastoral Social da Paróquia. Quero
parabenizar os senhores pelo relevante trabalho que essa Paróquia desenvolve na
cidade de Porto Alegre, especialmente neste momento de importante discussão no
início do I Fórum Católico do Estado do Rio Grande do Sul. Muito obrigada pela
presença dos senhores. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h29min.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 14h36min): Estão
reabertos os trabalhos.
Hoje temos o
comparecimento do Sr. Beto Moesch, Secretário Municipal do Meio Ambiente, que
abordará o assunto da Gestão Ambiental em Porto Alegre.
O Sr. Beto Moesch está com a palavra
Eu
queria iniciar justamente respondendo a muitas colocações feitas aqui com
relação à flora, que é a área mais visível e a que mais nós temos avançado
dentro de Porto Alegre. Não vai dar tempo, mas nós poderíamos também falar dos
desafios de combater a poluição sonora, de combater a poluição visual, de
combater a poluição hídrica, atmosférica, de resíduos. Por que eu vou me ater
principalmente à flora, à vegetação? Porque é mais visível, porque é o que mais
suscita conflitos, e é o que mais tem sido debatido aqui na Câmara de
Vereadores. Pois bem, em janeiro de 2005, nós introduzimos um instrumento
jurídico novo no Brasil, inédito, sem precedente, que foi a Reserva Legal
Urbana. Hoje, Canadá, Estados Unidos, Europa e vários outros países nos chamam
para explicarmos como conseguimos adotar aqui, em Porto Alegre, a Reserva Legal
Urbana, porque não há precedente. E isso é mais um desafio e mais um exemplo
que a Cidade está mostrando, Ver. Luiz Braz, ao Brasil e ao mundo. O que vem a
ser isso? Já existe, no Código Florestal Federal e no Código Florestal do
Estado, a Reserva Legal, mas é para áreas rurais. Na Amazônia, mais de 50%, por
exemplo; na Região Sul, 20%, e assim distribuído Brasil afora.
O
Código Florestal do Estado, de 1991, coordenado por nós, repete a Reserva
Legal, mas inclui o Plano de Manejo Jardinado, ou seja, preserva-se 20% e não
pode fazer corte raso nos 80% restantes; tem que ter plano de manejo. Mas
continuava para zonas rurais. Nós introduzimos algo em que nós já
acreditávamos, e nos perguntávamos: por que apenas para a zona rural e não para
a zona urbana? Por que, Ver. Ervino Besson? Será que na zona rural as pessoas
precisam da flora e na cidade não? Essa tese, essa doutrina, partida daqui de
Porto Alegre, está sendo debatida no Brasil e no mundo afora. Porque nós
entendemos justamente o contrário: que a cidade, mais do que a zona rural,
precisa da flora, pois é nas regiões metropolitanas que os conflitos ambientais
mais se acirram e é onde nós precisamos melhorar o ambiente.
Portanto,
a partir de 2005, toda a obra nova, Ver. Alceu Brasinha, seja indústria, seja
comércio, seja residência, seja na área agropecuária - na nossa Zona Sul, Ver.
Ervino Besson -, passou a ter que apresentar um mínimo de área vegetada e
permeável, tendo ou não arborização ali.
A
Secretaria Municipal do Meio Ambiente - e aqui chamo a atenção de todos - só recebe
empreendimentos quando o terreno tem árvores; com exceção de condomínios e
loteamentos, qualquer construção que não tenha arborização não passa pela
Secretaria Municipal do Meio Ambiente, de forma, a meu ver, equivocada.
(Manifestação de Vereador sem a utilização de
microfone.)
O SR. BETO MOESCH: Quando são
condomínios e loteamentos, sim. Portanto, não sendo condomínios, não sendo
loteamentos, 90% dos empreendimentos da Cidade não passam pela SMAM. Mesmo
assim, e mesmo não tendo previsão legal, mesmo o Plano Diretor permitindo o
corte raso e total de toda a vegetação em terrenos em área urbana, nós passamos
a exigir um mínimo - dependendo do tamanho do terreno e dependendo do
empreendimento -, o que se passou a chamar de Reserva Legal Urbana.
Qual foi a nossa dificuldade? Como a lei permite o
corte raso e total da vegetação, a SMAM sempre recebeu projetos de
empreendimentos com a supressão total ou quase total da vegetação ali
existente. Como nós passamos a não mais admitir isso, passamos a ter que mudar
os projetos que chegavam, e ainda chegam, à Secretaria Municipal do Meio
Ambiente.
Quero aqui também destacar, Presidente, alguns
colaboradores do quadro da SMAM: Dr. Maurício, supervisor; Liseane, Paulo,
Giane, a jornalista Sílvia Ruschel, conhecida de todos vocês.
Isso foi muito difícil, porque, não estando na lei
expressamente, mudar o projeto é difícil. Nós, claro, passamos a exigir isso
dentro de princípios constitucionais, princípios legais, obviamente, mas não
tínhamos essa garantia em lei municipal - Ver. Newton Braga Rosa, ao lado do
nosso Líder João Antonio Dib -, não tínhamos essa previsão expressa. Então,
para fazê-lo, nós, junto com os empreendedores, dialogando muito,
incansavelmente, mudávamos os projetos, mostrando que um projeto
verdadeiramente sustentável teria que ter área vegetada e permeável natural.
Mas esse não foi o único desafio.
Também em janeiro de 2005, nós passamos, Verª Maria
Celeste, a fazer reuniões com a comunidade para quase todos os empreendimentos,
mesmo não precisando de licença ambiental, ou seja, aqueles empreendimentos que
não são condomínios, que não são loteamentos, que não são, em princípio, ou
dentro da lei, de significativo impacto ambiental, mas que precisariam suprimir
ou não vegetação, nós passamos a exigir reunião com a comunidade antes da
autorização da supressão, desse corte; também um instrumento sem precedentes em
Porto Alegre e no Brasil. Não há precedente de reuniões com a comunidade antes
de empreendimentos que não necessitam de EIA-RIMA ou de RIA - Relatório de
Impacto Ambiental; não há precedente no Brasil e em nenhuma outra cidade. Isso
também está impressionando o Brasil e o mundo.
A SMAM tem ido a Montreal, a Toronto, a Miami, a
Montevidéu, à Cidade do Cabo, a Londres, a todas as capitais do Brasil para
mostrar essa gestão ambiental que nós estamos fazendo aqui, e que impressiona,
sim. Disso nós temos que nos orgulhar, o Brasil e o mundo. E nós fazemos isso,
porque nós temos uma Secretaria que foi criada em 1976. Isso não é fruto de uma
política de um ou outro Governo, isso é fruto de uma cultura porto-alegrense de
que nós temos que nos orgulhar, porque, se não fosse isso, nós não
conseguiríamos fazer essa verdadeira revolução que nós estamos fazendo aqui em
Porto Alegre.
Nós temos um quadro na SMAM que sabe responder a
essas demandas; nós temos uma história, uma cultura, um povo que não admite que
seja feito de qualquer maneira.
Vou além, vou muito além, porque isso aí é muito
pouco para nós. Em dezembro de 2003, surgiu um novo Decreto de compensações
ambientais, diminuindo drasticamente o número, o valor de uma árvore! E as
compensações ambientais passaram a ser reduzidas drasticamente!
Talvez
os meus colegas não se lembrem, mas nós denunciamos isto aqui na Casa, muitas
vezes, Ver. João Antonio Dib; V. Exª sabe: uma diminuição drástica das
compensações ambientais, em dezembro de 2003!
Nós
mudamos esse Decreto. Em novembro de 2006, as compensações ambientais passaram
a ser três a quatro vezes mais do que no Decreto de 2003. De três a quatro
vezes mais do que no Decreto de 2003! Ou seja, além de nós termos introduzido a
Reserva Legal Urbana, onde a supressão total de vegetação passou a ser passado,
mesmo em área urbana, aqui em Porto Alegre, tendo ou não árvores, onde o efeito
surpresa aos vizinhos, que não sabendo que o empreendimento ia ser feito ao seu
lado, e por não saber o que era, passaram a denunciar ao Ministério Público;
isso passou a ser passado. E somente o fato de nós termos introduzido as
reuniões com a comunidade antes dos empreendimentos - vejam, eu quero destacar
isso, perguntem à Promotoria do Meio Ambiente de Porto Alegre - isso reduziu em
90% as denúncias ao Ministério Público de empreendimentos na cidade de Porto
Alegre! Noventa por cento! Noventa por cento, a partir do segundo semestre de
2005! Noventa por cento de diminuição de denúncias ao Ministério Público, em
virtude de empreendimentos na cidade de Porto Alegre, por causa das reuniões
com a comunidade, antes dos empreendimentos. E nós autorizamos o
empreendimento, no caso, de vegetação, apenas e tão-somente após as reuniões
com a comunidade, mesmo não tendo EIA-RIMA ou RIA, ou seja, empreendimentos que
necessitam de avaliações prévias de impacto ambiental. Noventa por cento! Isso
é democracia participativa real! Isso, sim, é democracia participativa! E mais:
quem decide as compensações ambientais é a comunidade, naquela reunião. Mas não
é por voto, porque o voto gera conflito; é por consenso. Passaram a decidir as
compensações ambientais que, hoje, são de três a quatro vezes maiores do que em
2003. Nós ainda achamos isso pouco; Porto Alegre tem um viveiro de mais de 60
anos. Quando nós assumimos a SMAM, o viveiro estava se reduzindo, porque se entendia
- e respeito essa decisão -, se entendia que, por virtude das compensações
ambientais, embora, na nossa opinião, insignificantes, não precisava mais a
SMAM plantar mudas de árvores. Perguntem para o quadro da SMAM, quadro efetivo,
perguntem! E por isso a SMAM ficou dois anos - dois anos seguidos sem plantar
mudas de árvores. Pois a partir de 2005 - e já estamos na terceira edição, na
terceira edição -, nós passamos a plantar, independentemente da compensação
ambiental de empreendimentos, independentemente da reposição de árvores mortas
ou doentes, independentemente dos plantios em praças e parques, dez mil mudas
de árvores por ano! Mudas essas que têm o melhor padrão do Rio Grande do Sul,
de no mínimo 1,80m de altura, 4cm de caule, e ainda todos os verões, pela
primeira vez na história, regadas, mudas de árvores regadas. E o que era
perdido em até 80% das raras mudas plantadas, isso inverteu para 20%. Nós
mudamos, por causa da rega da muda. Nós achamos pouco isso, muito pouco. Por
quê? (Mostra revista.) A SMAM, da Porto Alegre das árvores, sim.
Porto
Alegre sempre foi uma das cidades mais arborizadas do Brasil; sim, nós nos
orgulhamos disso. Isso é fruto de uma cultura porto-alegrense. Há 80, 70, 50
anos os vizinhos se reuniam e combinavam o plantio para formar os túneis
verdes. Os túneis verdes não são frutos de uma política de governo, e, sim, de
uma cultura porto-alegrense. Mas vejam por que então, praticamente com exceção
da Av. Oswaldo Aranha, com exceção da Av. Nonoai, que, há pouco tempo, um bom
projeto da gestão anterior na Av. Farrapos, por que é que todas as demais - Av.
Protásio Alves, 3ª Perimetral, a avenida mais nova da Cidade; Av. João Pessoa,
Av. Bento Gonçalves, todas; Av. Juca Batista, nova - não tinham, então,
árvores? Porque a EPTC e a SMOV entendiam - e não sei se ainda entendem - que,
nos canteiros centrais das avenidas, não pode ter árvores, porque atrapalham o
ônibus, porque destroem o asfalto e o concreto. É isso mesmo; é por isso que
não existiam, com exceção dessas que eu falei, árvores nos canteiros centrais
das avenidas, e é por isso que não deixaram plantar árvores na 3ª Perimetral,
com exceção de alguns jerivás plantados com concreto embaixo. Por isso é que
eles estão morrendo, e nós estamos substituindo esses jerivás. Isso é um
conceito que eu respeito, mas não aceito.
Pois
nós não só estamos plantando 10 mil mudas de árvores por ano, não só nós
regamos, não só elas são produzidas pelo nosso viveiro, considerado o melhor
viveiro do Rio Grande do Sul - o viveiro público da Cidade é o melhor viveiro
do Rio Grande do Sul -; não bastando a triplicação e a quadruplicação das
compensações ambientais, não bastando a Reserva Legal Urbana, nós passamos a
furar o concreto e o asfalto embaixo desses canteiros centrais e a plantar essas
mudas de árvores. Isso não tem precedente no mundo, isso continua
impressionando o Brasil e o mundo. Não tem precedente transformar concreto e
asfalto em árvores, e isso está sendo feito em Porto Alegre desde 2005. E todas
as avenidas da Cidade estão tendo, hoje, árvores.
E
a ONU disse, para quem não sabe, que a melhor maneira de combater o efeito
estufa numa cidade é plantar e preservar as mudas de árvores. Não existe
política para combater o efeito estufa melhor do que plantar mudas de árvore e
cuidá-las. Aí vem mais um grande problema, Verª Maria Celeste: uma coisa é nós
vermos uma árvore já adulta. É impressionante a dificuldade de uma árvore
chegar à sua fase adulta numa cidade. É muito difícil, extremamente difícil. A
SMAM, quando vai colocar, na rua, uma muda de árvore, essa muda fica, no
mínimo, três anos no viveiro. São três a quatro anos germinando, regando e
cuidando daquela muda, para, então, poder plantá-la em ruas e avenidas. Aliás,
eu não havia falado que Porto Alegre tem um milhão e 500 mil árvores apenas em
ruas e avenidas, sem falar nos parques, praças, morros, arroios, e terrenos
particulares. Pois bem, mesmo ficando de três a quatro anos no viveiro, essa
muda precisa vencer as intempéries de uma cidade. Uma coisa é nós plantarmos
mudas de árvores na floresta, num ambiente propício a uma muda de árvore; outra
coisa é plantar uma muda de árvore, por exemplo, no meio da Av. Protásio Alves
- e é isso o que nós estamos fazendo.
Portanto,
nós introduzimos, também, um novo conceito: todo empreendimento público ou
privado - obras do DMAE, da SMOV, do DEP, obras da iniciativa privada -, quando
planta mudas, em virtude da compensação, além de ser de três a quatro vezes
mais do que 2003, obrigatoriamente, esse empreendimento tem que contratar um técnico
responsável - Biólogo, Engenheiro Agrônomo ou Engenheiro Florestal - para
acompanhar o empreendimento e acompanhar as mudas de árvores plantadas, em
virtude da compensação, durante dois anos. São dois anos de acompanhamento e de
relatórios que devem ser emitidos à SMAM. Se, depois de um ano, a muda morrer,
passa a ser mais dois anos. Portanto, não é um plantio virtual; é um plantio
real que nós passamos a adotar. Ou seja, nós conseguimos, então, ampliar, de
forma fantástica, o número de mudas plantadas na Cidade, mas com muito mais
qualidade e com um acompanhamento até os primeiros dois anos, que é o mínimo
que uma muda precisa, para, depois disso, poder vingar.
Então,
eu estou colocando isso - e, aí, no meu tempo final, Verª Maria Celeste, eu vou
trazer aqui ao menos dois exemplos específicos que foram trazidos aqui na
Câmara de Vereadores. Eu gostaria muito, já, de pedir que aprovem o Plano
Diretor no que diz respeito à área vegetada e permeável, porque é o que a SMAM
está fazendo, é o que está agora na proposta do Plano Diretor. Então, eu espero
que essa parte de área vegetada e permeável seja aprovada pela Câmara de
Vereadores; mas como isso não está na lei, o empreendimento da Rua Cel. Corte
Real entregou um Projeto para nós suprimindo praticamente todas as árvores
daquele terreno, porque sempre foi assim. Dentro do conceito de Reserva Legal
Urbana, nós mudamos o Projeto e preservamos de 25% a 30%, não só das árvores,
que até foi mais, mas da área vegetada e permeável, mudando completamente o
empreendimento para preservar a vegetação e poder plantar mais dentro do
terreno. Vejam, é um empreendimento considerado pequeno, porque não é um
condomínio, é um loteamento, e sequer licença ambiental tem. Não tem licença
ambiental para esse empreendimento, tem autorização de corte vegetal, mas não
há licença ambiental. Mesmo sem ter ainda a licença, nós fizemos três reuniões
com a comunidade. Pois bem, com a reunião com a comunidade, ficaram 44% das
árvores, e a mesma proporção - mais até - em termos de preservação de árvores,
e 44% de área vegetada e permeável. Chegamos a tirar o estacionamento, que
seria aberto, e que foi para o subsolo. Mudamos o Projeto! Isso não tem
precedentes em cidades do Brasil, e raramente no mundo, porque numa área
urbana, no bairro Petrópolis, em que o nosso Plano Diretor, infelizmente, em
1999, introduziu aquela área como intensamente urbanizada, com ocupação de 90%
do solo.
Temos
que mudar o Plano Diretor, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente não pode
fazer milagre com as leis nefastas para o meio ambiente que estão no Plano
Diretor atual, dentro de área urbana. A SMAM - e já finalizo, Verª Maria
Celeste -, por incrível que pareça, talvez até esteja fazendo milagres com este
Plano Diretor que está aí, que é nefasto! Nefasto para com os terrenos em áreas
urbanas. Mesmo assim, preservamos 44%, mais até, de vegetação nesse terreno,
com reuniões com a comunidade. Isso não tem precedente, isso está
impressionando o mundo, e isso é um orgulho para todos nós. Quero finalizar,
parabenizando a equipe da SMAM, que sabe e está sabendo responder a tudo isso,
mesmo com leis nefastas ao meio ambiente, para com a flora em áreas urbanas.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Obrigada, Secretário Beto Moesch.
Quero
anunciar ao Plenário a visita orientada da Escola Municipal Ver. Martim Aranha.
Muito boa-tarde. Sejam muito bem-vindos à Casa, alunos do 3º ano do 1º Ciclo -
são 20 alunos que estão visitando a nossa Casa, acompanhados das professoras Carla
Inês e Tânia Moura. Essa atividade faz parte do Projeto de Educação Política
que o Memorial desta Casa desenvolve junto com as escolas do nosso Município.
Sejam todos muito bem-vindos e aproveitem bem a visita orientada a esta Casa.
Muito obrigada.
Eu
não poderia deixar de manifestar, enquanto Presidente da Comissão de Saúde e
Meio Ambiente desta Casa, uma vez que temos a presença do Secretário Beto
Moesch, e dizer da nossa afinidade, em termos de legislação. Desde que
iniciamos na presidência da COSMAM, tivemos esse contato com a SMAM, temos uma
parceria que visa trazer para este Plenário, para que seja votado, o Código
Municipal do Meio Ambiente. Em cima disso, temos, em parceria, feito vários
seminários no sentido de adequar um número imenso de leis que existem na área
de Meio Ambiente para que Porto Alegre tenha o seu Código Municipal do Meio
Ambiente. Para isso, já atuamos, das mais diversas formas, nas áreas da flora,
da fauna, dos resíduos, da poluição sonora, ambiental e visual, do nosso solo,
da qualidade da água, da qualidade do ar, enfim, estamos avançando. E
acreditamos que estamos conseguindo, de algum modo, contribuir para que, quando
chegar a esta Casa o Código Municipal do Meio Ambiente, ele venha bastante
filtrado, com contribuições de todas as entidades, de todas as pessoas que se
têm feito presentes nesses seminários. Acreditamos que este ano, de modificação
do Plano Diretor, é extremamente importante para todos nós, e a parte ambiental
tem muito a ver com a nossa qualidade de vida; e temos, ainda bem, pessoas que
estão interessadíssimas, assim como o corpo funcional da SMAM, aqui presente,
em fazer com que a nossa Cidade seja uma cidade com uma qualidade de vida
excelente. Somos parceiros dentro desse processo.
Saudamos,
mais uma vez, todas as iniciativas que vêm sendo tomadas, como essa questão,
muito importante, que passa pelo Plano Diretor, dos afastamentos, da insolação,
enfim, é fundamental que a gente não tenha uma cidade impermeável, é preciso
que dentro dos nossos projetos nós tenhamos áreas permeáveis, áreas onde nós
tenhamos possibilidade de ter a nossa flora bem constituída. Acreditamos que
podemos fazer um excelente serviço para as gerações futuras, neste ano, aqui na
Casa, associado, com certeza, à parte ambiental, ao trabalho que é feito pela
SMAM. Queremos nos solidarizar e nos colocar como partícipes desse processo da
maneira mais intensa e que faça com que a nossa qualidade humana e ambiental
seja a melhor possível. Nisso, tenho certeza, de que todos estamos juntos. Era
isso. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Ver.
Luiz Braz, eu estava fazendo uma consulta sobre a sua proposta no sentido de
que a cada três intervenções, o Secretário respondesse por dez minutos. O Secretário
prefere responder a todos no final, em bloco. Acreditamos que dessa forma fica
melhor.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra.
O
SR. LUIZ BRAZ: Verª
Maria Celeste, Presidente da Casa; Ver. Beto Moesch, Secretário do Meio
Ambiente, quero cumprimentar também todos os técnicos da Secretaria que nos dão
a honra de suas presenças; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras e
senhores, depois de assistirmos àquele espetáculo propiciado por algumas
pessoas que se encobrem com a máscara da honestidade, mas guardam por baixo
dessa máscara a sua falsidade e a sua vontade de golpear seguidamente a
sociedade, aqueles que ontem acabaram absolvendo o Renan Calheiros, depois de a
gente ter conhecimento que esses safados continuam em atuação, é muito bom,
Ver. Beto Moesch, receber aqui na Casa um político da sua estirpe, alguém que
representa muito bem a nossa sociedade, de quem podemos até divergir, mas não
podemos levantar dúvidas a respeito da sua moral, da sua ética, do seu
comportamento, do seu conhecimento e da sua competência na área de atuação.
Então ficamos contentes em poder recebê-lo aqui, na Casa do povo de Porto
Alegre.
Já
que estamos falando em meio ambiente, há alguns questionamentos, algo que foi
falado, mas que eu gostaria até de completar aqui, e gostaria de receber uma
resposta de V. Exª A primeira legislação que ajudei a fazer aqui na Casa, um
Projeto que apresentamos, foi sobre o plantio de árvores frutíferas nos
logradouros públicos, e lembro que, depois de muito negociar com os técnicos da
SMAM e também com os Vereadores que compunham as diversas Bancadas aqui nesta
Casa, chegamos à conclusão de que o certo era fazer uma legislação que dissesse
que 20% da arborização da Cidade deveria ser de árvores frutíferas. Ouvi o
relato de V. Exª falando dos plantios que são feitos por meio da Secretaria. A
pergunta que faço é se nos plantios que estão sendo feitos, essa legislação,
que é uma legislação em vigor, está sendo respeitada. E, se ainda
não estiver sendo respeitada, quais as possibilidades de, rapidamente, podermos
retomar essa Legislação que acredito seja boa para a Cidade, porque, como são
frutíferas, nativas, eu acredito que elas contribuem muito para que possamos
manter o meio ambiente realmente saudável.
Um outro questionamento - Ver. Beto Moesch, e atual
Secretário, não posso deixar de tratar V. Exª como também Vereador desta Casa -
é sobre a possibilidade de termos campanhas publicitárias em rádio, jornal e
televisão, para conscientizarmos a sociedade com relação ao compromisso de cada
um de nós, de ajudar a preservar a vegetação e o meio ambiente. Eu lembro que,
em Governos passados, vimos Governos fazendo campanhas de conscientização das
comunidades, e acho essas campanhas muito válidas. Eu sou contrário, por
exemplo, ao excesso de publicidade nos meios de comunicação com dinheiro
público sendo gasto, mas acho que há algumas campanhas absolutamente válidas,
como essas, por exemplo, de podermos conscientizar as pessoas com relação ao
meio ambiente.
Pergunto a V. Exª se existe algum planejamento da
Secretaria com relação a isso. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Márcio
Bins Ely está com a palavra.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma
Srª Presidente, Maria Celeste; Exmo Sr. Secretário Beto Moesch, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste nas galerias, em especial
os servidores da SMAM presentes na tarde de hoje, neste plenário; público que
nos assiste na TVCâmara, autoridades, imprensa, senhoras e senhores, venho a
esta tribuna para falar a respeito da manifestação do Secretário. Gostaria
também de salientar aqui que faço parte da Comissão de Saúde e Meio Ambiente
desta Casa, por delegação partidária, mas também por opção própria, e tenho a
convicção de que o futuro das próximas gerações depende da ação daqueles que têm a responsabilidade, hoje,
em temas tão importantes como o tema do meio ambiente.
Quero
cumprimentar o trabalho coordenado pelo Secretário Beto Moesch. Eu prestava
atenção na sua intervenção, Secretário, e alguns apontamentos que foram feitos
por V. Exª eu gostaria de referi-los, porque, realmente, entendo que trarão
benefícios, a médio e a longo prazo, muito importantes para a comunidade
porto-alegrense. Entre eles, na questão destacada de que as denúncias que o
Ministério Público recebia, no que diz respeito a crimes ambientais, terem sido
reduzidas em 90%. Parece-nos que o trabalho desenvolvido e a formatação dada ao
corpo técnico dos servidores da SMAM têm sido muito eficientes, Secretário.
Gostaria de cumprimentar V. Exª por esse avanço importante.
A
compensação nas obras, nos investimentos, tem aumentado de três a quatro vezes,
também gostaria de destacar isso. Dados que nos foram trazidos aqui, como o
fato de nós termos um milhão e meio de árvores plantadas nas avenidas, e também
a mudança no conceito, trazendo o plantio de árvores nos canteiros das
avenidas, também chama a atenção: é um novo modelo, um novo conceito que é
trazido para a Cidade. Houve a recuperação do viveiro, possibilitando esse
plantio de dez mil mudas por ano.
Enfim,
gostaríamos de nos somar a essa caminhada, e dizer que nós sabemos que, em
determinados temas específicos, como é o meio ambiente, muitas são as ações que
precisam ser implementadas. E nós percebemos aqui, no que diz respeito à poluição
visual, às questões que envolvem o solo, às questões hídricas, que todas elas
dizem respeito ao formato e ao futuro da nossa Cidade.
Queremos
nos somar a isso, e tenho certeza que vamos ter um grande desafio. Já se
iniciou o debate a respeito do Código do Meio Ambiente de Porto Alegre, e
também acho importante que se faça menção a esse tema, Secretário, que possa
ser elucidado aos colegas Vereadores a maneira como se está encarando esse
debate. Porque acredito que esse Código também pode servir como um norte e pode
solidificar o caminho para as ações e políticas públicas a serem implementadas
na nossa Cidade a médio e a longo prazo. Nós sabemos que a gestão pública é
diferente dos gestores públicos, porque estes são passageiros, mas a gestão, se
tiver uma continuidade, e se nós conseguirmos dar passos sólidos no sentido de
realmente implementar e consolidar as políticas públicas na área do meio
ambiente, eu tenho certeza de que nós vamos estar dando uma grande
contribuição. Eu entendo que o Código de Meio Ambiente é uma grande
contribuição, neste momento, e nós queremos nos somar a isso. Está aqui o
Presidente da nossa Comissão, o Ver. Dr. Raul, e estamos atentos e trabalhando
no sentido de dar essa colaboração por parte do Legislativo a esse tema importante.
Estão aqui também o Ver. Newton Braga Rosa e os demais Vereadores que integram
a Comissão do Meio Ambiente.
E
por fim, Secretário, na semana que vem, na terça-feira, nós teremos um debate a
respeito do termo de referência para a qualificação urbanística e arquitetônica
do Bar Timbuca. Pelo fato de ser o Vereador mais jovem da Capital, nós sabemos
que ali nós temos um público jovem interessado. Esse Projeto me parece bastante
arrojado; ele leva o bar 500 metros para dentro do Lago; foi coordenado e apresentado,
de maneira conjunta, pela Secretaria de Planejamento e pela Procuradoria, e nós
vamos debater o assunto com a comunidade. A nossa idéia, justamente, é ouvir
todas as partes interessadas, inclusive as manifestações dos clubes de mães,
das associações de moradores, daquelas pessoas que freqüentam a Zona Sul, em
especial a Assunção. Sabemos que ali também existe um Projeto para que se possa
consolidar um calçadão, na área que hoje ainda não está calçada, ao longo da
Avenida que liga o prédio dos Bombeiros até a Av. Copacabana com uma extensão
bem menor, é claro, do que o calçadão de Ipanema. Mas nós temos preocupação,
também, com esse tema.
Gostaríamos,
obviamente, de contar com a presença de SMAM e dizer que estamos atentos e
muito motivados por esses dados todos que V. Exª traz a esta Casa. Temos
certeza que caminhamos no sentido da construção de um novo conceito a respeito
do meio ambiente na nossa Cidade. Cumprimentos ao trabalho de V. Exª e à equipe
toda. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A
Verª Neuza Canabarro está com a palavra. (Pausa.) Ela não se encontra neste
momento.
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra.
O
SR. ERVINO BESSON: Minha
cara Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da
TVCâmara, saúdo todos, em nome dos quais eu quero saudar, de forma muito
especial, o nosso Secretário e Vereador desta Casa, Beto Moesch, juntamente com
os demais técnicos da SMAM que se encontram hoje aqui.
Eu
quero dizer, meus caros Vereadores e cara Presidenta, que eu não vou fazer
perguntas, mas vou dar alguns relatos sobre o trabalho da Secretaria, da SMAM -
o relato do Secretário foi extremamente claro. Sempre que eu tenho a
oportunidade eu digo que eu sou um ecologista desde o berço, e o Beto Moesch,
Secretário do Meio Ambiente, é a pessoa certa no lugar certo; tem um trabalho
bastante árduo com a sua equipe, e está conseguindo devolver aqueles locais
públicos sagrados que são as praças, porque a comunidade praticamente tinha
perdido o contato com as praças públicas de nossa Cidade. Eu quero aqui fazer
esse registro, esse reconhecimento pelo seu trabalho, meu caro Secretário, que
é extremamente importante para a nossa Cidade.
Mas
eu quero fazer mais dois registros, porque, como eu já disse, eu trago na minha
história, na minha vida, a ecologia dentro do meu peito, a questão da
preservação, porque a minha avó, que veio da Itália - eu fui criado em Casca,
no interior, num local onde havia bastante mata nativa -, sempre dizia para nós
do cuidado que nós deveríamos ter para preservar o nosso meio ambiente, e que a
qualidade da nossa vida, Ver. Ismael, estava ligada à preservação do nosso meio
ambiente. Naquela época, havia abundância de mato; hoje, quando vou àquela
Região e vejo o nosso rio Guavirova, a água cristalina não existe mais, meus
caros Vereadores; foi destruída a mata nativa da sua nascente, Ver. Todeschini,
e o rio não existe mais. Acabou! Que tristeza! Por quê? Porque foi destruída a
mata nativa.
Eu,
quando vim para Porto Alegre, fui morar na Zona Sul; fui um dos co-fundadores
da Cidade de Deus, e ali nós tínhamos, meu caro Secretário Beto Moesch e minha
cara Presidenta, três vertentes d’água, uma delas dava água para cem famílias, que não
tinham água naquela época - isso com sobra da água. Eu tenho um laudo, no meu
gabinete - até esses dias mostrei para o Ver. João Antonio Dib, que era
Prefeito desta Cidade, nós o procuramos, e ele disse: “Mandem recolher a água
que vou mandar examiná-la”. Mandou examinar a água, recebemos o retorno, está
lá no meu gabinete o retorno que veio, meu caro Secretário -: água praticamente
mineral. Havia mais duas vertentes; uma delas - tinha um matadouro e nós
usávamos a água do matadouro, e a outra estava lá de sobra! Só que para nossa
tristeza, meu caro Secretário, hoje não existe mais nenhuma das vertentes. Por
quê? Quando foi feito o assentamento aqui na Vila Cai-Cai - nada contra as
pessoas da Vila, são seres humanos iguais a nós, têm de ter uma vida digna,
sim... e a minha avó, eu era muito pequeno naquela época, pedia: pelo amor de
Deus, preservem este meio-ambiente, preservem a natureza! Que nada! As
figueiras anoiteceram e não amanheceram! Vertentes de água não existem mais.
Que tristeza! Como já disse: trago isso dentro do meu sangue! Outra tristeza,
meu caro Ver. João Antonio Dib, eu tenho uma foto no meu gabinete onde estão
vários Vereadores desta Casa - eu não era Vereador naquela época, minha cara
Presidenta -; houve uma reunião na Cristiano Kraemer para fazer um novo
assentamento. Então, quero dizer: Por favor! Quem ouve a TVCâmara pode achar
que sou contra os pobres. Nada disso! Porque eu ajudei a fundar a Cidade de
Deus para os pobres. E aquele assentamento que foi feito na Cristiano Kraemer,
eu alertei naquela época, eu tenho fotos de vários Vereadores também ali; eu
tenho uma foto tomando água - eles tiraram a foto e me mandaram - eu nem sabia
que estava tomando água mineral. E o que também aconteceu ali? Amanheceu a mata
nativa, com bugios que tinham lá, anoiteceu, mas não amanheceu. Não existe
mais! E não tem o Parecer da SMAM, dos órgãos técnicos, não tem nada disso.
Então, vejam bem, são órgãos do Executivo, são
órgãos da Prefeitura, não foi na sua administração. Acho que o Executivo, o
Legislativo e a comunidade têm de estar juntos. O meu grito foi muito pouco
para alertar os técnicos para que, pelo menos, preservassem aquela área, aquela
riqueza que nós temos naquela região, e, infelizmente, ali nós tínhamos o maior
produtor de hortaliças do Rio Grande, Antônio Betir - que Deus o tenha lá no
céu -, ele usava água da vertente, meu caro Secretário. Acabou, porque foi
posto aquele assentamento, não foi preservado aquele ouro, aquela coisa linda,
a água, a nossa sobrevida que é a água, e hoje a produção acabou. Infelizmente,
aquela água está toda contaminada.
Mas que bom ainda que nós temos um Secretário que
luta, que briga, e que nós temos uma equipe nas mãos ainda que presta este
relevante trabalho, porque a nossa saúde, a nossa qualidade de vida está
voltada ao nosso meio ambiente. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma
Srª Presidenta da nossa Casa, Verª Maria Celeste; quero cumprimentar o nosso
Secretário Municipal do Meio Ambiente, nosso Vereador Beto Moesch; nobres
Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste, realmente, nobre Secretário,
somos testemunhas do seu trabalho e da repercussão dele à frente da nossa
Secretaria. Reconhecemos, admiramos tanto o trabalho quanto a postura de V. Exª
na defesa intransigente da vida do nosso planeta. Temos que cuidar
principalmente do que está mais próximo de nós: da nossa Cidade.
Estamos vendo o desenvolvimento da Secretaria do
Meio Ambiente, durante a administração e pós-administração. Na administração do
nosso Secretário, a gente vê o quanto se faz, o quanto se fez, o quanto se está
fazendo e, olhando para frente, o quanto se tem que fazer pelo nosso meio ambiente.
Então, são desafios; estamos progredindo dia a dia, na cultura da preservação
e, ao mesmo tempo, surgindo novas necessidades científicas de um estudo
aprofundado, de novas políticas, para que possamos, de repente, não muito
longe, termos que estar lutando pela sobrevivência dos seres humanos no planeta
Terra.
Houve nesta Casa, até cito um Projeto direcionado à
preocupação do aquecimento global, sobre o CO2, e temos que ir rapidamente
nessa direção. Vejo em Porto Alegre, nobre Secretário - gostaria da atenção do
Secretário neste momento -, três pontos que anotei rapidamente aqui, que
merecem, de imediato, uma vontade política; não, não é vontade política, porque
ela existe, é uma determinação. Temos que partir urgentemente para abordarmos
três pontos da nossa Cidade que eu, como Vereador, sinto nas reclamações, sinto
nas visitas, sendo a primeira a respeito dos nossos resíduos sólidos, o lixo de
Porto Alegre. Basta nós olharmos para algumas cidades mais adiantadas para ver
o quanto eles fizeram de aproveitamento e o quanto eles estão economizando em
diminuir as despesas e quanto estão buscando de melhoria de vida para a
população. Se nós pudéssemos ter verbas suficientes... Agora, se não tiver
verba, de repente, fazer um condomínio, uma cooperativa para o aproveitamento
dos resíduos sólidos. Eu vi que V. Exª criou o ERES. Mas, e o reaproveitamento,
para nós acabarmos com esses aterros sanitários e fazermos o seu
reaproveitamento? Dizem, os que fizeram este Projeto do reaproveitamento, da
reciclagem dos resíduos sólidos e dos outros também, que em dois anos busca-se
o custo do empreendimento. Uma economia de quase 80% das despesas que hoje as
Prefeituras gastam, que deixariam de gastar, se fôssemos partir para esta
resolução. Acho que Porto Alegre, principalmente Porto Alegre, está necessitada
de nós investirmos rapidamente nesse setor.
E temos também um conflito interno na nossa Cidade,
que são as nossas árvores, lindas, maravilhosas, e as nossas luminárias
públicas. Há um conflito, a população pedindo corte de galhos para que tenham
mais iluminação, e isso é devido à insegurança do nosso Município, e uma
política que pudesse trazer até para nós, representantes, um rumo, um norte, o
limite de cada um. Não se devem cortar galhos; a iluminação tem que melhorar e
isso, também, depende de verba. Mas a preocupação principal, a preocupação
principal não, eu vejo como contribuição que nós temos que dar, agora, no Plano
Diretor, e eu quero dar os parabéns, porque é chegado o momento de o Município
regulamentar o Estudo do Impacto de Vizinhança. E, para isso, eu estou chamando
diversas vezes a atenção que nós temos que criar uma regulamentação desse
impacto de vizinhança para que não gere conflitos entre os empreendedores e a
vizinhança. Nós temos que ter parâmetros, senão nós vamos ter aqui projetos
sendo levados para 10, 15, 20 anos para serem aprovados devido ao impacto da
vizinhança. Isso, realmente, pode acontecer.
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; senhor Secretário do Meio Ambiente, Beto
Moesch; senhores assessores, colegas Vereadores e Vereadoras, esta Casa está na
essência da sua atribuição da discussão de políticas municipais, estaduais,
federal, principalmente na busca do contraditório para que possamos avançar. Eu
já vim várias vezes a esta tribuna trazer um conjunto de temas sobre a política
ambiental que não foram tratadas pelo nosso visitante, o senhor Secretário Beto
Moesch, que eu quero relatar aqui novamente, para que possamos enfrentar esse
debate e ajustar as informações da cidade de Porto Alegre.
O
primeiro tema, Ver. José Ismael Heinen, é corretíssimo. Esta Casa recebeu esta
semana o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental. Plano Diretor este
que é um dos mais evoluídos da sociedade brasileira, que trata de um tema
essencial que se chama sustentabilidade. E eu quero discutir esse conceito de
sustentabilidade aqui, onde as Secretarias Municipais deveriam dialogar a sua
elaboração, principalmente a revisão.
Nós
temos um capítulo, Verª Margarete Moraes, que trata da qualificação ambiental
da Cidade de Porto Alegre. Pasmem os senhores e as senhoras! Na revisão do
Plano Diretor que veio para esta Casa não tem uma vírgula de contribuição da
Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Está aqui. O Prefeito entregou esta
semana o Projeto aqui na Casa. Eu quero que o Secretário diga onde está o mapa
que orienta todo o nosso patrimônio natural, que defina e grave no mapa da
Cidade o patrimônio natural - Ver. Ervino Besson, que V. Exª veio referenciar
na tribuna - dos nossos corredores biológicos, das nossas matas, dos nossos
morros, das nossas nascentes e dos nossos arroios. Não veio esse estudo para a
Câmara de Vereadores. Afinal de contas, existe um trabalho integrado ou não
existe? Essa é a palavra do Sr. Prefeito Municipal em dois conceitos: integração
e sustentabilidade. O que nós recebemos nesta Casa não traz esse ajuste,
principalmente por aquela Secretaria que deveria trabalhar o conceito de
sustentabilidade.
Segundo
tema: nós temos o maior Projeto, com financiamento que aprovamos nesta Casa de
170 milhões do Governo Federal, que é o Socioambiental. Eu fui numa Audiência
Pública, coordenada pela Secretaria do Meio Ambiente, lá na Restinga. Sabem
quantas pessoas da comunidade estavam lá? Quatro. Eu questionei o Sr.
Secretário se daria validade a essa Audiência Pública. E foi dada. Essa não é a
democracia que eu defendo, muito menos a democracia participativa.
Terceiro
fato: essa questão toda da qualificação ambiental e do controle da política
ambiental não bate com o que nós temos recebido. E trago aqui um dos temas. Nós
temos gravado na Cidade o parque linear Arroio do Salso, e, em setembro de 2006,
fizemos uma denúncia à Secretaria do Meio Ambiente, pois lá estavam sendo
ocupadas as margens do arroio do Salso. Como está hoje? Totalmente ocupado e
destruído aquele Parque, e a Secretaria do Meio Ambiente nada fez para que isso
fosse revertido. É o parque municipal Arroio do Salso, na entrada da Restinga;
está lá para todos os senhores e senhoras averiguarem. Temas como esses, temos
dezenas, que é a falta de gestão da fiscalização.
Por último, estamos aqui, e esta é a tribuna para
debater, pois queremos sempre ter a simetria entre os Poderes, do Poder
Legislativo com o Poder Executivo, e vou relatar um fato aqui, porque espero
que, no mínimo, esta Casa receba um pedido de desculpas do Sr. Secretário Beto
Moesch. Num evento oficial, a convite do Sr. Prefeito Municipal e do Sr.
Secretário, lá foram este Vereador, a Verª Neuza Canabarro, Verª Sofia Cavedon
e o Ver. Adeli Sell; fui cumprimentar o Vereador Beto Moesch, e ele disse que
não me cumprimentava, porque não cumprimentava hipócritas. Ele ofendeu esta
Casa, e espero um pedido de desculpas do Sr. Secretário Municipal para esta
Casa, hoje, com sua vinda aqui, porque esta é uma Casa política, e não podemos
omitir esses fatos.
Com todo o respeito que tenho ao Sr. Secretário
Municipal do Meio Ambiente, continuarei trabalhando pela política ambiental do
Município e continuarei trazendo as contradições que possamos ter no campo
político, no campo da sustentabilidade de Porto Alegre. Muito obrigado, Srª
Presidenta.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª
Margarete Moraes está com a palavra.
A SRA. MARGARETE MOARES: Querida
Presidenta, Verª Maria Celeste; Secretário Beto Moesch, vou me ater apenas a
duas questões neste momento de comparecimento, querendo registrar que sempre
tenho muito orgulho do trabalho da Administração Popular na Prefeitura ao longo
dos seus 16 anos, e tenho muito orgulho do trabalho ambiental, pois houve um
grande avanço no nosso Governo na área ambiental de Porto Alegre. Se não
tivéssemos tantos outros exemplos, Ver. Newton Braga Rosa, poderíamos citar a
edição e a publicação do Atlas de Porto Alegre, do Professor Rualdo Menegat,
que eu acho que é um marco para que a gente possa conhecer Porto Alegre de
fato. Não é, Ver. Comassetto? Isso não significa que muito não tenha que ser
feito ainda; sempre se tem muito a fazer. Eu fiquei bastante preocupada com a
sua intervenção, Sr. Secretário, quando V. Exª fala com muita ênfase, repetiu
duas ou três vezes, que o atual Plano Diretor é nefasto. V. Exª disse:
“Nefasto! Nefasto!”
Bem, o atual Plano Diretor seguiu todos os ritos do
nosso Governo, passou por conferências da Cidade, passou por audiências
públicas, milhares e milhares de reuniões, quando se ouviu a população, foi
encaminhado a esta Casa com um rito normal; parece-me que ao contrário, Ver.
João Dib, do que este Plano que está sendo enviado agora.
A minha pergunta é por que a SMAM e a SPM não
construíram juntas este Plano que foi mandado pelo Prefeito José Fogaça? Vocês
sabem que havia muitas divergências entre as duas Secretarias, e que a SMAM
tenha feito uma proposta em separado, e esse foi o motivo que fez com que o
Prefeito José Fogaça atrasasse a vinda aqui nesta Casa. Então, eu gostaria que
V. Exª explicitasse a esta Casa e para a população de Porto Alegre essa
questão.
E a segunda questão diz respeito à Lei Complementar
nº 507, de 5 de agosto de 2004, me parece, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, e
não sei se o Ver. Professor Garcia não assina junto, tenho uma vaga impressão.
(Lê.): “Lei Complementar nº 507 - Altera a Lei Complementar nº 12, de 7 de
janeiro de 1975, que institui posturas para o Município de Porto Alegre e dá
outras providências, estabelecendo condicionantes quanto ao cercamento de
logradouros públicos como largos e parques. Art. 20-A Os logradouros públicos,
tais como largos e parques, somente poderão receber cercamento com parecer
permissível ao projeto pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano
Ambiental, adequadamente, após aprovação por consulta à população mediante
plebiscito”.
Então, eu leio também no Diário Oficial de Porto
Alegre, de 11 de setembro de 2007. (Lê.): “Prefeitura anuncia o cercamento do
Parque Maurício Sirotsky”. A pergunta é se haverá a consulta conforme prevê a
Lei e todos os ritos referentes. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sr. Secretário Beto Moesch, seja bem-vindo a
esta Casa, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos
acompanha nesta Sessão, em primeiro lugar, é importante dizer que a aprovação
de um código de meio ambiente é, sim, um elemento importante, bem-vindo e
necessário para despersonificar a questão das decisões sobre as questões
ambientais, porque existe muita subjetividade na área e, muitas vezes, as
pessoas, os projetos, a Cidade, os empreendimentos ficam à mercê da opinião e
da boa vontade de quem está tomando a decisão sobre o caso.
Portanto, nada melhor, neste caso, do que ter
normas pacificadas, consolidadas e universais, Ver. João Antonio Dib.
Mas quero, aqui, aproveitando a nobre presença do
Vereador e Secretário Beto Moesch, fazer alguns questionamentos. Nós aprovamos,
aqui nesta Casa, a Lei que obriga o uso de biocombustíveis, do biodiesel, que
já foi sancionada pelo Prefeito, em março. E, até agora, ainda que houvesse
manifestação de vontade do Sr. Prefeito, em reunião também acompanhada pelo
Secretário, as medidas são muito incipientes. Parece-me que apenas a Carris
está buscando adequar-se ao uso, ao cumprimento da lei, que são os dois por
cento. E as demais empresas permissionárias, concessionárias, a frota própria,
os prestadores de serviços e empreiteiras não estão sendo obrigados a cumprir a
Lei.
Então, Secretário, quando o senhor fala que plantar
árvores é importante para combater o efeito estufa, lhe dou razão, em parte,
porque plantar árvores é uma das medidas. A outra medida, tão importante
quanto, é parar de poluir, parar de queimar combustíveis fósseis, usar menos o
automóvel, gastar menos energia. E acho que, nesse particular, o Executivo está
nos devendo, porque existe a Lei e está muito lento na sua aplicação. Poderia -
eu creio - já estar consolidando e implantando plenamente, no que diz respeito
ao uso da mistura, Ver. Carlos Comassetto, em toda a frota municipal, nos
permissionários, nos concessionários, enfim, aquilo que a lei já definiu.
Então, eu vejo que está muito lento; e nós sabemos dos problemas e da qualidade
do ar que nós temos aqui na área central da Cidade, inclusive, preocupando,
como o senhor muito bem sabe, as autoridades médicas, devido ao grau de
poluição existente.
Uma outra questão que eu quero levantar para sua anotação é que não é
possível admitir que empresas que prestem serviços, sejam empreiteiras ou
subempreiteiras da Prefeitura, estejam cometendo ilegalidades. Cito aqui o caso
lá da minha rua, onde uma empreiteira ou subempreiteira do DMAE está produzindo
a destruição do meio ambiente, desmatando e fazendo aterramento sem autorização
nenhuma. Essa empresa está ocupando um terreno, Ver. Adeli, que é de
propriedade de uma pessoa que está impedindo a regularização daquele
loteamento, na Justiça. Portanto, a pessoa impede que seja incluída uma parte
importante da Cidade na área regular, sendo que está tudo certo, e, ao mesmo
tempo, está prestando serviço de aluguel do terreno para uma empreiteira a
serviço do DMAE, transtornando, inclusive, a rua, dia e noite, sábado, domingo,
todos os dias da semana.
Outra
questão que eu levanto - e o senhor tem sido enfático - é sobre a questão das
concepções das estações de tratamento de esgoto. O senhor defendeu aqui, em
Audiência, que o tratamento do esgoto deveria ser feito de unidade em unidade,
de preferência. O Secretário de Planejamento esteve aqui e tem uma opinião
contrária à sua; completamente contrária. Eu quero saber como é que fica essa
situação, porque, afinal, vocês são duas autoridades do Executivo e vão aqui
propor iniciativas para esta Casa, opinar e decidir a respeito.
Outra
questão: as praças não estão limpas e estão escuras, apesar de agora haver a
Taxa de Iluminação Pública. Eu sei que existe o programa de adoção de praças,
mas isso não pode ser a política principal, isso é uma política suplementar. O
importante é a garantia do Poder Público de que as praças estejam limpas e
cuidadas, e elas não estão, e também estão escuras.
E,
por último, eu gostaria de saber do Sr. Secretário por que as análises de
balneabilidade das praias de Porto Alegre não são mais feitas pelo DMAE, e sim
por empresas terceirizadas a um custo muito alto para a Cidade, ou seja, eu sei
que são gastos entre 300 e 400 mil reais por ano em serviços terceirizados para
fazer trabalhos que antes eram feitos com toda a qualidade pelo DMAE? Não tem
mais confiança no DMAE, Secretário? Ou o DMAE não é competente para fazer, ou é
intenção mesmo de favorecer terceiros que aqui prestam serviços? Obrigado pela
atenção.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra. (Pausa.) Ela não está aqui neste
momento.
O
Ver. Newton Braga Rosa está com a palavra.
O
SR. NEWTON BRAGA ROSA: Srª
Presidenta, meus colegas Vereadores; Ver. Beto Moesch, Secretário de Meio
Ambiente, que já tem bastante experiência e conhece bem esta Casa pelos
mandatos que já exerceu; é um prazer enorme para nós tê-lo presente,
principalmente para que, de viva voz, responda sobre o tema que tem provocado
sucessivos debates aqui neste Plenário.
A
Secretaria do Meio Ambiente de Porto Alegre, sem dúvida, está fazendo um
trabalho que não está passando despercebido. Ela é precursora num tema cada vez
mais atual. Eu me lembro de um livro que foi lançado há cerca de 15 anos
intitulado “A Vingança de Gaia”, do James Lovelock, que, há 15 anos, não teve a
repercussão que hoje está merecendo. Ele dizia que o planeta está doente; que o
meio ambiente, da forma como estava sendo degradado, iria causar algo de que,
na época, não se suspeitava. Nós pensávamos que as florestas fossem o pulmão do
mundo, e o Lovelock já dizia que as florestas não eram o pulmão do mundo. “Uma
floresta adulta tem uma taxa equilibrada de produção de CO2 e oxigênio; as
florestas são o ar condicionado do mundo”. Isso dito há 15 anos! Hoje, isso se
mostra como uma verdade insofismável que todos nós conhecemos de um filme de um
candidato à presidência norte-americana que perdeu as eleições na Flórida, num
processo tumultuadíssimo, e que se dedicou, depois de derrotado, à causa que
todos nós conhecemos.
Sem
dúvida, o trabalho da Secretaria, por um lado, não pode criar obstáculos ao
crescimento da Cidade, e todos nós sabemos que há dois setores da economia que
podem, rapidamente, absorver mão-de-obra não-qualificada: um deles é o setor de
bares e restaurantes; o outro é o da construção civil. A construção civil no
Brasil passa por um momento de grande expansão. Muitos de vocês tiveram a
oportunidade de ver uma extensa reportagem, no último final de semana, sobre o
que está acontecendo em São Paulo, onde não existem mais andaimes e gruas para
serem alugados. Porto Alegre passa por um processo semelhante. As cidades, as
metrópoles crescem. Essa é uma equação difícil, Ver. Todeschini: de um lado, o
crescimento, a necessidade de gerar empregos e renda; e, de outro lado, a
preservação do meio ambiente.
Quando
nós passamos na 3ª Perimetral, nós estamos vendo uma paisagem melhor. Eu nem
sabia que havia concreto por baixo daquelas árvores que tentam crescer. Coisa
boa que existe alguém preocupado com isso, enquanto nós estamos aqui neste
Plenário. Por outro lado, Porto Alegre ainda ostenta o título de uma cidade
arborizada: são um milhão e meio de árvores. Isso não começou nesta
Administração, já vem de outras Administrações, mas vamos admitir que muita
coisa foi feita. É óbvio que um trabalho nessas condições sofre críticas - eu
até entendo. E, de vez em quando, eu vejo o Secretário Beto Moesch mostrando
uma face quase que obstinada, mas eu acho, também, que sem obstinação não se
faz uma grande obra, seja essa ou seja qual for. Eu imagino que deve ser
difícil, durante as oito horas de trabalho diárias - e eu sei que eles cumprem
uma rotina de dez horas, talvez até mais, pois eu conheço os técnicos que
trabalham lá -, manter o senso de equilíbrio para conseguir transitar “em cima
do fio da navalha”, numa equação de uma cidade complexa, como a cidade de Porto
Alegre.
Eu
gostaria de temperar e encerrar este depoimento com um assunto que eu sei que
se encontra no Gabinete do Prefeito, e que é do conhecimento do Ver.
Todeschini, que já passou por Secretarias Executivas importantes da Capital
gaúcha: a reciclagem do lixo da construção civil. Atualmente, o lixo da
construção civil está sendo misturado com o lixo orgânico, e tudo isso está
indo para aterros sanitários. O lixo da construção civil é um lixo caro -
obrigado pela lembrança - e é um lixo que se permite a usos nobres. Resíduos da
construção civil triturados podem servir de pavimentação; resíduos da
construção civil triturados podem servir como elemento inerte da argamassa; e
brita gerada a partir dessa forma pode servir para a elaboração de concreto de
boa qualidade. E nós estamos perdendo esse dinheiro talvez por falta de uma
política clara que diga que o lixo da construção civil é muito caro e deve ser
reaproveitado, sob pena de gerar, inclusive, poluição, ou seja, perdemos pelas
duas pontas. Fica, aqui, o registro - eu sou engenheiro civil, embora tenha
feito toda a minha trajetória profissional na área da Informática - no sentido
de que a Secretaria do Meio Ambiente abrace esse trabalho - desculpe,
Secretário, por lhe passar mais essa incumbência -, pois a reciclagem do lixo
da construção civil é um tema economicamente e ecologicamente pertinente. Muito
obrigado pela atenção.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; meu caro Secretário do Meio Ambiente, Ver. Beto
Moesch; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, dentro de três meses a
SMAM completará 31 anos, e eu preciso fazer uma homenagem ao ex-Prefeito
Guilherme Socias Villela. E, para distensionar um pouco o ambiente, vou ler um
Parecer dado por este Vereador, Parecer conjunto, para que fosse aprovada a
criação da Secretaria. Dizia o Parecer (Lê.): “Deseja o Executivo Municipal,
através do presente Projeto de Lei nº 060/76, criar um órgão capaz de planejar,
visando ao controle ambiental, através de mecanismos necessários à objetivação
de medidas capazes de minimizar os efeitos da poluição, quer seja do solo, água
ou ar. Há uma conscientização em todas as esferas do Governo da necessidade de
preservação do meio ambiente. O órgão que se pretende criar dará ao Município
as necessárias condições de exercer o poder de polícia administrativa, visando
à segurança e ao bem-estar do porto-alegrense, controlando e reprimindo
qualquer tentativa de alteração física, química ou biológica do ambiente
natural. A proposição do Executivo é legal, regimental, oportuna e meritória”.
Curiosamente, esse Parecer teve um voto contrário, e o seu autor terminou,
depois, sendo Secretário do Meio Ambiente.
Quero
dizer que o Ver. Beto Moesch segue este parecer e segue a idéia de Guilherme
Socias Villela, quando criou a Secretaria do Meio Ambiente.
Eu
não vou fazer crítica ao passado, poderia fazê-la e a faria repetindo problemas
que levantei reiteradas vezes na tribuna, aliás apenas vou fazer uma referente
a uma coisa que me chocou muito, e, cada vez que me lembro disso, eu me
aborreço: em 1985, eu estava quase saindo da Prefeitura, e a Federasul e eu
plantamos na Praça Parobé uma figueira; essa figueira cresceu e já estava com
quatro ou cinco metros de altura quando a Administração passada, na SMAM,
permitiu o asfaltamento em torno da raiz. Portanto, eu não preciso dizer que a
figueira não está mais lá.
Eu
poderia citar várias coisas, mas eu quero cumprimentar o Secretário Beto Moesch
pela sua preocupação em ampliar o prazo de validade das licenças ambientais,
isso é muito importante. Quero cumprimentar a Secretaria e o Conama pela
aprovação do Portal do Estaleiro e a liberação para os prédios da Tecnopuc. O
Secretário Beto Moesch vai fazendo o que é possível fazer; faltam recursos, eu
sei. As praças têm problemas? Têm, sempre tiveram, algumas mais do que agora.
Mas vai-se fazendo o que é possível, inclusive, tentando dar a praça aos
cuidados da população, o que vem sendo feito há muito tempo.
A
primeira praça de Porto Alegre foi feita pela população que plantou 94 árvores
e custou 200 mil réis. Isso foi em 1866. Portanto, não mudaram muito as coisas.
As dificuldades são imensas, a vontade de acertar é maior, mas, de repente, nem
sempre se consegue. Em nome da nossa Bancada, dos Vereadores Newton Braga Rosa,
João Carlos Nedel e deste Vereador, desejamos ao nosso Secretário muito sucesso
e muito trabalho. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Com a manifestação do Ver. João Antonio Dib, concluímos as dez inscrições dos
Vereadores, neste momento de questionamentos e perguntas dos Vereadores ao Sr.
Secretário. Passamos às considerações finais e às respostas do Secretário Beto
Moesch.
Então, respondendo a cada um dos Vereadores e
Vereadoras, sem exceção, gostaria, primeiro, com relação ao questionamento do
Ver. Dr. Fraga, e também destacar, Verª Maria Celeste, a visão que a Câmara de
Vereadores sempre teve, e continua tendo, por entender a importância de nós
elaborarmos, em conjunto - Poder Executivo, Câmara de Vereadores e Conselho
Municipal do Meio Ambiente -, o Código Municipal do Meio Ambiente. Para vocês
terem uma idéia - e isso é assim, a gente tem que entender que isso faz parte
-, quase sempre as coisas que são feitas aqui repercutem, depois, lá fora.
Porque, Verª Maria Celeste, todas as capitais e várias cidades brasileiras já
pediram informações sobre como estamos fazendo o trabalho de elaboração de um
Código, realizando Audiências Públicas prévias. E quero insistir que esse é um
trabalho da Câmara de Vereadores, do Conselho Municipal do Meio Ambiente e da
Prefeitura, portanto, não é de um ou outro Poder. Quero aqui também destacar a
participação de vários Vereadores, principalmente do Presidente da Comissão de
Saúde e Meio Ambiente, Ver. Dr. Raul, que tem participado de todas as
Audiências e contribuído muito com o debate, assim como outros Vereadores, como
Newton Braga Rosa, Todeschini, que têm participado desse debate fundamental que
está surtindo muito efeito.
Com
relação ao que perguntou o Ver. Luiz Braz, sobre o plantio de árvores
frutíferas, primeiro - eu me esqueci de dizer -, todas as mudas de árvores que
nós plantamos, e exigimos que sejam plantadas, são nativas; nós não mais
aceitamos plantas que não sejam nativas. E nós já aprovamos a Resolução do
Conselho Municipal do Meio Ambiente, também uma inovação nossa, pois não havia
nenhuma Resolução do Conselho Municipal do Meio Ambiente; nós já temos algumas,
e uma delas é o Plano Diretor de Arborização Urbana, que era uma diretriz e
hoje é uma Resolução do Conama, que tem força de lei, segundo a Lei
Complementar nº 369, que institui a Política Municipal do Meio Ambiente. O
Plano Diretor de Arborização Urbana exige que todas as mudas ou compensações
sejam nativas, por isso, todas são nativas, e várias, muito mais de 20%, são
frutíferas, como a pitangueira, araçá, jerivá. O que vem a ser uma árvore
frutífera? Ela é frutífera ou para o ser humano ou para a fauna, e a Lei não
fala nisso. Nós não plantamos árvores frutíferas não-nativas - isso é para o
meio rural -, porque, por exemplo, se nós fizermos o plantio de uma laranjeira,
um limoeiro, um abacateiro, isso poderá até comprometer a biodiversidade
natural. Esse é um assunto que nós teríamos que aprofundar, mas de frutíferas
nativas, a que V. Exª se referiu, nós estamos muito acima dos 20%; e 100%,
frutíferas ou não, são nativas.
Ver.
Braz, V. Exª tem toda a razão - e V. Exª sabe o quanto eu me debati e procurei
trazer esse assunto aqui para a Câmara - com relação às campanhas publicitárias
na mídia. Ver. Sebastião Melo, o nosso Governo continua deixando muito a
desejar nesse processo. Faço aqui uma crítica, sim, e não estou falando com
relação à educação ambiental, que já era bem-feita e continua sendo bem-feita
para comunidades, por exemplo, de escolas, bairros, vilas, enfim, isso era
bem-feito, continua sendo bem-feito. Implantamos o Comitê Gestor de Educação
Ambiental, que hoje, em conjunto com 17 Secretarias, faz a educação ambiental.
Estamos capacitando líderes comunitários através de uma cartilha específica de
educação ambiental, e uma outra cartilha específica para professores e
diretores de escolas, para capacitá-los nas escolas.
Mas a educação ambiental de mídia, à qual V. Exª se
referiu, nós continuamos - a Prefeitura, portanto, o atual Governo - deixando a
desejar nesse item específico de campanha de mídia, embora já estejamos fazendo
muita coisa com relação à propaganda de mídia exterior - não sei se alguns
viram com relação à arborização -, e vamos ampliar nesse aspecto. E está para
ser lançado, agora, um programa de TV nesse sentido. Mas já houve, não sei se
chegaram a ver também, uma intervenção de uma semana com relação à importância
do Programa Adote uma Árvore, que, aí sim, é educação ambiental, e não uma
campanha publicitária. Ou seja, avançamos pouco, precisamos avançar muito com
relação à mídia como um todo. Agora, a educação ambiental, não sendo da mídia,
tem avançado muito com cartilhas e com muitos cursos de capacitação, porque
entendemos que a educação ambiental não deve ser feita só pela Prefeitura, deve
ser feita pela Prefeitura e por cada um de nós, portanto, temos que capacitar
as pessoas para isso.
Nós vamos fazer, no dia 21 de setembro - todos
estão convidados -, um ano do Programa Adote uma Árvore. Por incrível que
pareça, Verª Maria Celeste, um gesto tão simples: Adote uma Árvore; é
impressionante como isso está repercutindo também.
O Ver. Márcio Bins Ely lembra da informação que
destaquei com relação à flora, à vegetação. As denúncias à Promotoria
diminuíram 90%. Aí, inverteu, e faço questão de registrar isso, porque o
problema ambiental continua
grave, e vai continuar sendo grave, pelo tipo de cidade e de sociedade que nós,
seres humanos, escolhemos, tanto que continuamos com gravíssimos problemas a
enfrentar, mas se conseguimos diminuir 90%, a principal denúncia, hoje, é a
poluição sonora. E não estamos conseguindo capacitar melhor, como gostaríamos,
a equipe de controle da poluição sonora fixa. E quero aqui destacar que a
poluição sonora de veículos é atribuição do órgão de trânsito, isso está no
Código Nacional de Trânsito, embora tenhamos conseguido fazer alguns trabalhos
em Ipanema e no Parcão, no estacionamento, onde havia históricos conflitos de
poluição sonora de veículos parados que abriam o capô e botavam o som, mas, com
um trabalho conjunto da SMAM, da EPTC e da Brigada Militar, isso não mais tem
ocorrido de dois anos para cá. Mas precisamos avançar. A principal resposta que
temos que dar hoje com relação a denúncias ao Ministério Público, é de poluição
sonora de fontes fixas, principalmente de casas noturnas não-licenciadas para
tal, inclusive, uma delas, muito conhecida, procuramos proibir e não fechar, o
Judiciário está mantendo. Então, nós temos, às vezes, o problema de enfrentar
interpretações diferentes do próprio Judiciário. Então, só quero lembrar o que
o Márcio Bins Ely falou aqui; se nós diminuímos com relação à vegetação, isso
fez com que a demanda aumentasse para a poluição sonora. Nós precisamos avançar
muito, porque a poluição sonora muitas vezes não é lembrada; nós lembramos da
poluição sonora quando nós estamos sofrendo essa poluição, e, às vezes, ela não
é lembrada. Aliás, quero colocar apenas, muito respeitosamente, como
ex-Conselheiro do OP, num Governo que mantém o OP, que nunca há demanda para o
meio ambiente no OP. Não há. Não há demanda do OP para a proteção do meio
ambiente, muito menos para a poluição sonora.
Com
relação ao Bar Timbuca, que o Ver. Márcio Bins Ely colocou - eu não queria
antecipar, mas haverá uma Audiência Pública específica sobre isso -, nós
conseguimos concluir um trabalho muito bem-feito pela gestão anterior, nos anos
90, que foi a retirada dos bares de Ipanema. Ficou um, o famoso Bar do Orlando,
que nós retiramos; depois de várias tentativas de acordo ele foi retirado. E
vamos retirar agora o Bar Timbuca, essa é a posição da SMAM. O Bar Timbuca não
pode ficar - não o Bar Timbuca em si, mas aquele prédio não pode ficar; nunca
teve licença ambiental, não tem licença da Saúde, não tem alvará. Nós
poderíamos, sim, defender, quem sabe, um quiosque, alguma coisa mais integrada,
mais harmônica com o Guaíba. Porto Alegre não merece aquele tipo de prédio na
orla, mas isso vai ser debatido melhor na Audiência Pública específica; e nada
melhor do que uma Comissão Técnica Permanente da Câmara de Vereadores para
podermos aprofundar assuntos como esses. E claro que a SMAM estará aqui
presente para responder e aprofundar esse debate.
Quero
só lembrar - já que falaste, Ver. Márcio Bins Ely, da diminuição das denúncias
- de outra situação muito importante aqui para Porto Alegre. Eu estou falando
agora em termos de licença ambiental. Em termos de licença ambiental - vejam
que não estou falando de autorização de corte vegetal - nós não tivemos, desde
janeiro de 2005, uma licença ambiental sequer contestada em juízo. O único
órgão ambiental do País - municipal, estadual ou federal - que não teve sequer
uma única licença ambiental contestada em juízo é a Secretaria Municipal do
Meio Ambiente de Porto Alegre! Aliás, a primeira do País. Isso é um orgulho,
porque aqui há segurança ambiental, aqui a licença ambiental vale, e muito,
porque ela sequer é contestada em juízo, muito menos anulada. Estou falando de
licenças ambientais.
O
Ver. Ervino Besson fala da retomada das praças. Queria destacar aqui o que me
fala o funcionário Flávio, Coordenador da Zonal Norte, que tem 32 anos de SMAM
e é filiado ao Partido dos Trabalhadores. Ele disse que nunca as praças
estiveram tão bem e em dia como nesta gestão. Flávio Barcelos, Coordenador da
Zonal Norte, filiado ao Partido dos Trabalhadores. Nós conseguimos devolver,
sim, Ver. Ervino Besson, as praças para a população, por mais periféricas que
sejam. Devolvemos, sim, as praças para a Cidade. Elas ficavam quatro meses sem
capina e, hoje, não passam de 40 dias. Tivemos uma suplementação de verba anual
de 1,6 milhões de reais, mas isso não era suficiente. Mas, com essa
suplementação, nós mudamos a gestão; E por que nós mudamos a gestão? Porque nós
tínhamos e temos técnicos extremamente capacitados que conseguiram conosco
mudar a gestão da Secretaria Municipal do Meio Ambiente para com as praças. São
540 praças na cidade de Porto Alegre. Não há cidade do Brasil que tenha esse
número de praças, e são raras as cidades do mundo onde todas as praças, não
gravadas, mas praças já entregues, todas têm playground e equipamentos
esportivos. Isso é uma cultura porto-alegrense, que vem de décadas, e que nós
procuramos manter. E isso nós temos que dizer. E mais: nós inauguramos mais de
30 praças nesta gestão e reformamos completamente mais de 35 praças, sem um
tostão de verba orçamentária, tudo por contrapartida e compensação ambiental,
porque nós triplicamos e quadruplicamos as compensações ambientais que servem
para plantar mudas de árvores, para devolver as praças para a Cidade, porque,
há muito tempo, elas não estavam mais servindo para a população. E
introduzimos, ainda, o diálogo na praça, quando há demanda nesse sentido.
O
Vereador fala muito também da fauna. Só quero introduzir o seguinte: a
Secretaria Municipal do Meio Ambiente, nas licenças ambientais, não tratava de
fauna; ela liberava, licenciava empreendimentos, mas não existia o conceito fauna.
Nós estamos criando uma equipe de fauna, e já estamos, há mais de um ano, com a
Fundação Zoobotânica, com o Ibama nos capacitando para isso; já fizemos vários
cursos, e, hoje, no Ibama, que é do Governo Federal, nós estamos assumindo a
fauna, porque órgão ambiental que se preste, que seja autônomo e independente,
tem que cuidar da fauna. Pois, pasmem: até 2005, não havia nada, absolutamente
nada nas licenças ambientais da SMAM para com a fauna. Hoje, nós exigimos a
identificação e o manejo da fauna em todos os empreendimentos públicos ou
privados. Aliás, para quem não sabe, Porto Alegre estava na iminência de perder
a autonomia para licenciar empreendimentos públicos em Porto Alegre. Hoje, o
rigor necessário das licenças ambientais para a iniciativa privada é exatamente
o mesmo para o DMAE, para a SMOV, para o DEP, seja para quem for; o meio
ambiente é igual para todos, não é diferente para o público e para o privado
como era antes. Isso é passado, e nisso há o reconhecimento dos próprios bancos
financiadores internacionais, que estão novamente liberando verbas, porque
acreditam e se impressionam como o grau de eficiência e exigência da SMAM para
com projetos públicos, como, por exemplo, o Socioambiental, como o Álvaro
Chaves, como em vários outros, e como em obras menores.
O
Ver. Ismael traz um assunto muito importante - para sair um pouco dessa
questão, embora já tenhamos saído bastante, de vegetação, porque meio ambiente,
realmente, é muito extenso; que bom que fosse só a vegetação. As lixeiras, a
questão da compostagem, o reaproveitamento, etc.
Eu
quero aqui introduzir o seguinte - nós não conseguimos falar antes -: primeiro,
assim como nós não tratávamos de fauna, a SMAM não cuidava de resíduos, isso
era com o DMLU; as licenças da SMAM apenas diziam o seguinte: executar projeto
de destinação adequada dos resíduos sólidos, segundo exigência do DMLU. Sempre
era igual, era assim sempre em todas as licenças. Nós criamos uma Equipe de
Resíduos, a SMAM não tinha uma equipe de resíduos. Hoje, tem. O órgão ambiental
do Município de Porto Alegre não cuidava de fauna e não cuidava de resíduos.
Hoje, cuida, e é por isso que todas as licenças ambientais emitidas a partir de
Porto Alegre, de forma inédita no Brasil, exigem a reciclagem das lâmpadas
fluorescentes, exige um plano de gerenciamento dos resíduos da construção civil
ou não, Ver. Newton Braga Rosa; todas as licenças emitidas, seja de que
atividade forem, têm que ter um plano, elaborado pelo próprio empreendedor, com
relação ao o que ele vai fazer, e ele, obrigatoriamente, tem que provar que a
cada ano ele vai diminuir o volume de resíduos. Nós não estamos conseguindo dar
conta de tanta demanda, Brasil afora, para nós explicarmos como é que nós
estamos conseguindo fazer isso aqui, com os resíduos, porque nós temos uma
Equipe de Resíduos. Nós conseguimos, com uma engenheira química, Cargo de
Confiança, e dois excelentes técnicos, o Sérgio Luis da Silva Cotrim e o
Geraldo Antonio Reichert, também filiados ao Partido dos Trabalhadores -
excelentes técnicos, que estão lá conosco fazendo esse trabalho inédito em
Porto Alegre, de resíduos em geral. E é por isso que nós fomos a primeira
Cidade no Brasil a reciclar pilhas e a reciclar baterias de celular: é o
chamado papa-pilhas, que o Banco Real, em conjunto com a SMAM, está oferecendo
a quem quiser. Já foram mais de 10 toneladas de pilhas e baterias recicladas em
Porto Alegre apenas em 2007.
Sobre alguns assuntos trazidos eu não vou conseguir
responder, mas estou pegando aqui o que é principal. Por favor, entendam que eu
tenho de cumprir o tempo, obviamente.
O Ver. Carlos Comassetto falou... Eu já falei que o
contraditório, ele tem de ser respeitoso, não pode ser pessoal, porque, senão,
não é contraditório, nem é democrático. Não há democracia sem respeito, porque,
senão, não é democracia. Existe uma coisa que se chama falta de decoro
parlamentar. Uma coisa é nós falarmos fora da tribuna, outra é falar na
tribuna. Cuidem o que se fala na tribuna, porque, dependendo do que se fala, é
falta de decoro parlamentar.
O Plano Diretor atual, na minha opinião - e eu
sempre disse isso aqui na Câmara -, com relação à vegetação em área urbana, é
nefasto. Com relação à construção de prédios de 19 andares dentro do bairro, é
nefasto. São 18 andares, mais um andar do solo criado, ou até 20, dependendo do
caso. Tem que entender um pouco melhor a Lei do Plano Diretor tão nefasta que
é, e talvez nefasta, porque muitos continuam não entendendo o que está ali
escrito. São 52 metros de altura, com 90% de ocupação no solo e só 18% de recuo
dentro do bairro. Não entendo, por exemplo, como é que muitos que defendem o
Plano Diretor atual não aceitam a proposta da Av. Cel. Corte Real, que é
completamente diferente do que dispõe o Plano Diretor, porque, pelo Plano
Diretor, poderia suprimir toda a vegetação ali existente; nós preservamos mais
de 44%, foi o possível, quase metade do terreno preservado.
Portanto, para que a SMAM possa avançar nessa
política ambiental, precisamos, sim, mudar este Plano Diretor. E é por isso que
estamos propondo, em conjunto com a Secretaria do Planejamento, em conjunto com
a Secretaria de Gestão e Acompanhamento Estratégicos, em conjunto com a PGM, em
conjunto com o DEP, com o DMAE e, principalmente, em conjunto com o Prefeito
José Fogaça - porque graças a ele eu fiquei na SMAM, porque ele é um Prefeito
que sabe o que é desenvolvimento sustentável e que não abre mão da preservação
do Meio Ambiente, seja para o que for; por isso eu fiquei -, estamos
apresentando um Plano Diretor que exige um mínimo de área vegetada e permeável,
um mínimo; porque, nem isso, nem esse mínimo, o atual Plano Diretor prevê. É
difícil fazer política ambiental com esta lei nefasta do Plano Diretor que está
aí, em áreas urbanas. Ele é bom, ele é muito bom nos morros, na área rarefeita.
Infelizmente, Ver. João Dib, acabaram com a zona rural - isso também é nefasto
-, vamos recuperar a área rural, sim, que foi tirada de Porto Alegre. Agora,
mesmo assim, na área rururbana - imagina, área rururbana, chega a ser até... -,
na área rarefeita, nos morros, em área de preservação permanente; bom, aí sim o
Plano Diretor é bom. Ele é bom nos conceitos genéricos; agora, na parte de
aplicar às construções, em bairros, na zona urbana, ele é extremamente nefasto.
Até entendo que o Ver. Comassetto, um Vereador que
é legítimo, que defende o Sinduscon, entenda que este Plano Diretor é benéfico
para a Cidade, até entendo; claro ele tem que defender, porque ele precisa
responder ao Sinduscon... Nenhum Vereador tem...
(Manifestações
anti-regimentais do Plenário.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Por
gentileza, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, vamos garantir a
palavra do Sr. Secretário até o final.
O
SR. BETO MOESCH: O Plano
Diretor atual fala em sustentabilidade, mas não pratica a sustentabilidade. É
impossível praticar a sustentabilidade na área urbana de Porto Alegre. Volto a
insistir, na área rarefeita, na área rururbana, que infelizmente não é mais
rural, é possível, e nos morros e áreas de preservação, também é possível
trabalhar a sustentabilidade. Caso contrário, não.
Aliás,
o Plano Diretor anterior, de 1979, exigia a consulta à comunidade antes de
empreendimentos. Isso foi tirado do Plano Diretor. E a SMAM retomou esse
conceito do Plano Diretor de 1979, do então Prefeito Guilherme Socias Villela.
O
mapa, de forma genérica, está no próprio Plano Diretor. Mais: na gestão
anterior, foi feito um excelente diagnóstico ambiental pela UFRGS. A UFRGS foi
contratada e, hoje, nós usamos essa ferramenta de diagnóstico ambiental, que é
um mapa perfeito, feito pela gestão anterior, em 2004, mas que não pôde ainda
usar, porque foi no final de 2004. Hoje, é um instrumento obrigatório na gestão
ambiental de Porto Alegre. E é excelente, é o mapa perfeito. O que está
faltando, nisso sim nós precisamos avançar, é fazer o levantamento fundiário
dessas áreas.
Com
relação à Audiência Pública ou Consulta Pública da Restinga, nós convidamos
todos. Se vão poucos ou muitos, nós não temos esse controle. O que nós podemos
fazer ali, no caso, é um relatório. Vejam bem: a SMAM exigiu um Relatório de
Impacto Ambiental para uma obra do DMAE de tratamento de esgoto na Restinga.
Nós poderíamos ter dito: “Não, isso aqui é uma obra totalmente sustentável,
necessária; não precisa de audiência pública”. Nós fizemos a consulta pública.
Poderíamos não exigir o Relatório de Impacto Ambiental do DMAE. Exigimos o
Relatório de Impacto Ambiental. Agora, se vão quatro ou duzentas pessoas, às
vezes vão mil pessoas. Há audiências públicas com as quais nós nos
impressionamos: para uma obra pequena, vão 500 pessoas. Às vezes, numa
audiência para a realização de uma grande obra, vão quatro, seis pessoas. Nós
não temos esse controle. Nós não podemos obrigar as pessoas a irem a audiências
públicas. Aliás, nós não alugamos ônibus e levamos as pessoas para audiências
públicas. Isso, também, é passado. Nós damos liberdade para as pessoas irem ou
não nas audiências públicas.
Infelizmente,
desde os anos 50, principalmente, temos invasões em morros e arroios. Isso é
uma triste realidade. E, na minha opinião, o mais grave problema socioambiental
das cidades brasileiras é a ocupação irregular e sem autorização em morros,
arroios, córregos ou rios. Nós não estamos mais, isso sim, regularizando essas
áreas como antes eram regularizadas. Nós só regularizamos dentro de um projeto
ambientalmente feito; e até hoje nenhum foi feito ainda, porque não se
conseguiu apresentar um plano nesse sentido. O que nós conseguimos fazer, sim -
e aqui reconheço que nós não conseguimos avançar com relação à fiscalização; a
fiscalização era ruim e continua ruim -, mesmo com a fiscalização assim, foi
evitar várias invasões em áreas verdes, ou em áreas de preservação permanente,
tanto na Zona Norte, como, por exemplo, no Parque Santa Fé - uma área de mais
de 13 hectares de área de preservação permanente, onde tivemos que ficar,
literalmente, das 8 horas da manhã às 18 horas. E está lá a área preservada,
assim como várias áreas na Zona Sul.
E
introduzimos algo também novo, em parceria, já que não conseguimos evoluir com
relação à fiscalização, que continua sendo muito ruim em Porto Alegre: nós
estamos fazendo uma parceria muito forte com o Comando Ambiental da Brigada
Militar, onde semanalmente fazemos o roteiro, ou até duas vezes por semana, sem
falar quando a SMAM faz sozinha, ou quando o batalhão também faz sozinho, e
isso é feito diariamente; mas, em conjunto, nós fazemos isso uma ou até mesmo
duas vezes por semana, sempre, em áreas que nós já identificamos como áreas
conflagradas de invasão. Ou seja, nós temos um trabalho de congelamento dessas áreas
e até mesmo de retirada de cercas, ou de casas que não são habitadas.
A
Verª Margarate fala do avanço na sua gestão, na gestão do seu Governo, com
relação ao meio ambiente. Sim, isso nunca foi negado; pelo contrário, nós
comemoramos os trinta anos da SMAM e convidamos todos os ex-secretários da
SMAM. Estavam todos lá, menos um, infelizmente, mas quase todos estavam lá; e
todas as gestões, sem exceção, foram destacadas. Se alguém quiser se apropriar
da gestão ambiental, isso já não é gestão ambiental. Gestão ambiental é
compartilhada. E o Ver. João Antonio Dib lembrou muito bem: em 1976, Porto
Alegre ousou, foi a primeira instituição municipal, estadual e federal de
primeiro escalão de meio ambiente do Brasil. Não foi só a primeira Secretaria
Municipal do Meio Ambiente do País, foi a primeira instituição de primeiro
porte, de primeiro escalão de meio ambiente do País. Foi realmente um
pioneirismo incrível. E sempre as gestões posteriores buscaram, procuraram e
conseguiram responder a essa responsabilidade, a essa ousadia de Porto Alegre.
Já
respondi que sim, essa proposta do Plano Diretor é conjunta. Foram meses e
meses, e até anos, de discussões internas entre os técnicos e Secretários; e
conseguimos algo que é o consenso possível sendo apresentado aqui para a
Câmara. Ia ser apresentado numa segunda-feira de manhã e foi apresentado numa
terça. Um dia de atraso; por favor, isso não é motivo de debate, mas se
quiserem, sim. Nós ficamos o final de semana inteiro tentando finalizar isso,
principalmente os anexos. Não foi possível. Então, o próprio Prefeito ligou,
dizendo que ia solicitar à Verª Maria Celeste o adiamento por um dia, para que
não viesse aqui um Projeto com os anexos pendentes, porque realmente nós
terminamos às 22 horas de domingo e não conseguimos fechar os anexos. Tivemos
que retomar na segunda-feira e conseguimos finalizar na terça-feira. Mas eram
os anexos que estavam inconclusos. É óbvio que ali nós já tínhamos conseguido
consenso, que foi buscado ainda no sábado; porque o nosso Governo é plural, tem
12 Partidos, e nós muitas vezes pensamos diferente. E temos orgulho dessa
pluralidade e dessa diversidade que busca também refletir o que vem a ser a
Cidade de Porto Alegre.
O
Vereador tem toda razão com relação ao cercamento. Primeiro: embora, no nosso
entender, o cercamento do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, o Parque Harmonia,
não precise de plebiscito, por várias razões - embora eu queira e defenda -,
provavelmente vamos propor o plebiscito, o primeiro na história de Porto
Alegre. Para quem não sabe, o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho já nasceu
parcialmente cercado, e até hoje está; ele tem uma cerca - se é
mal-feita ou não, há uma cerca. Portanto, faríamos uma reforma desta cerca já
demandada há muito tempo, e é numa parte do Parque. Para quem não sabe, do
outro lado da Avenida também é o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, e lá não
vai ser cercado. Eu defendo o plebiscito não somente para cercamento de parques
e praças, como para várias outras questões importantes na cidade de Porto
Alegre.
O Ver. Todeschini traz aqui a importância do Código
Municipal do Meio Ambiente e já fez um excelente debate conosco em relação à
água e saneamento.
Com relação à Lei de biocombustíveis, eu também
quero reconhecer: não estamos conseguindo avançar no controle da poluição
atmosférica móvel, Ver. Todeschini. Vejam que estou aqui reconhecendo vários
defeitos da atual gestão, que não consegue avançar em vários casos, mas não
aceito o da vegetação, porque esse não dá para aceitar. Agora, o móvel e o
fixo, melhoramos muito já em anos anteriores, principalmente quando veio o gás
natural, pois tínhamos clubes, hospitais, indústrias e hotéis que se utilizavam
de lenha e de diesel para esquentarem suas caldeiras e hoje usam o gás natural,
que, embora seja fóssil, polui muito menos e agride praticamente nada a saúde
pública. Não é o melhor, mas é muito melhor que o diesel e a lenha,
principalmente para a poluição de uma cidade. Praticamente todos os hospitais e
até mesmo condomínios - e estamos exigindo isso - já estão se utilizando do gás
natural.
Antes disso, em gestões anteriores, a SMAM já
fazia, e continua fazendo, um excelente trabalho de controle das fontes fixas,
mas Porto Alegre, embora tenha sido pioneira em algumas questões, não tem
conseguido alcançar o mesmo com relação ao controle das fontes móveis - ônibus
lotações e veículos. Então adquirimos três opacímetros novos para fazer o
controle dos veículos: o Fundo Municipal do Meio Ambiente comprou três e vamos
repassar dois para a EPTC, ficando um para a SMAM, para que possamos controlar
os veículos da Prefeitura que, incrivelmente, poluíam a Cidade. Mas precisamos
ainda aumentar o uso do biodiesel, que somente a Carris está usando. E mais,
estamos fazendo um trabalho inédito: todos os tratores das SMAM, que são 24,
utilizam o biodiesel proveniente de óleo de fritura, numa parceria com a PUC.
Para quem não sabe, um litro de óleo de fritura contamina um milhão de litros
de água, sem falar que esse biodiesel polui muito menos a atmosfera do que o
diesel comum. Nós já estamos usando 2% desse combustível e passaremos agora, no
final do ano, para 5%. Essa meta é viável, vamos usar 100% do biocombustível de
óleo de fritura em todos os tratores da SMAM e 30% em toda a frota da SMAM,
para que possamos fazer isso em toda frota da Prefeitura. E estamos mostrando
que, além do biodiesel convencional, que nós defendemos, poderemos usar o de
óleo de fritura. O DMLU introduziu, embora seja para uma outra atividade, o
recolhimento desse óleo nas capatazias. No caso, V. Exª tem razão, a Câmara de
Vereadores e o Executivo precisam se somar no aumento do uso de biocombustível
não só na frota de ônibus, mas também no estímulo da frota particular de
pessoas, e, aumentarmos o controle dos caminhões, ônibus, lotações e camionetes
que emitem a fumaça preta. Isso continua ruim na cidade de Porto Alegre e nós
precisamos avançar, embora estejamos agora apresentando um plano cicloviário,
finalmente, e, como eu falei, o opacímetro, para um controle tecnicamente
melhor para esse tipo de poluição.
Com
relação às praças, eu já coloquei, embora seja óbvio: as pessoas colocam muito
lixo no chão. Mas quero agregar também um outro fator importante das praças.
Para quem não sabe, com exceção dos parques, a SMAM não colocava lixeiras em
praças, porque ela nunca teve equipe suficiente para recolher o lixo das
praças, com exceção dos parques. Todas as praças, hoje, têm lixeiras. Compramos
80 no ano passado, 500 neste ano, e nas praças que são mantidas pela
iniciativa privada como contrapartida, os novos projetos passaram a incluir
lixeiras.
Com relação à capina e ao corte, o que era feito em
uma média de dois meses e meio a três meses, chegando a quatro meses, hoje não
passa de 40 dias, chegando à média de uma vez por mês.
Com relação à coleta de ar, eu quero ver essa
denúncia de uma empresa do DMAE, porque nós autuamos, interditamos várias obras
da Prefeitura. Já interditamos obras da SMOV, já interditamos obras do DMAE, já
interditamos obras do DEP! Pela primeira vez na história de Porto Alegre, a
SMAM interditou e continua interditando, se assim for preciso, obras da própria
Prefeitura! Portanto, quero receber essa denúncia, porque nós vamos, sim, ir lá
e tomar as devidas providências.
Com relação à análise de água do DMAE, sinto muito,
mas é muito mais barato terceirizar a análise de água do que fazer pelo DMAE,
com a mesma qualidade. Eu me orgulho do DMAE: nós recebemos o Processo em 2005,
que já tramitava na SMAM há muitos anos, quando o DMAE tentava fazer a cobrança
de água da SMAM - há anos vem isso - e tentou continuar cobrando. A nossa saída
foi fazer uma tomada de preço, que inclui o DMAE, mas este passou a cobrar mais
caro. E nós passamos, então, a terceirizar. Se o DMAE cobrar menos ou não
cobrar, nós vamos voltar a fazer com o DMAE, o que seria muito bom. Há muitos
anos há um processo tramitando na SMAM, que eu posso trazer para a Câmara - não
vou discutir aqui se seria meritório ou não -, da cobrança pela análise de
água. Mas as análises continuaram sendo feitas e, pela primeira vez, nós passamos
a dizer quando não se podia tomar banho no Lami, em Belém Novo, inclusive na
imprensa, pois antes era só por meio de placas. Nós, hoje, conseguimos a
parceria da imprensa para dizer quando que não se pode ou se pode tomar banho
de água no Lami e em Belém Novo.
O Ver. Newton Braga Rosa traz alertas de muitos
anos. E é importante até resgatar a introdução que eu fiz aqui, no início, de
que há muitos anos se fazem alertas técnicos e a humanidade não dava bola. Mas
Porto Alegre, não; Porto Alegre já debate isso desde os anos 70. Mas parece que
a humanidade se abriu para isso e nós precisamos sempre aprimorar a gestão
ambiental e as respostas à proteção ao meio ambiente, que continuam sendo ineficazes perante o tamanho com
relação a esse processo que a sociedade humana escolheu. Portanto, por melhor
que seja a gestão ambiental, ela não vai conseguir, por si só, responder a esse
processo histórico de degradação que, de outras formas, o senhor colocou aqui,
citando inclusive cientistas.
Com
relação ao reaproveitamento dos resíduos da construção civil, já respondi, mas
estamos apresentando, porque isso é para as licenças. Nós queremos introduzir o
reaproveitamento dos resíduos não só para atividades licenciadas pela SMAM, mas
também para as não-licenciadas, que são em volume muito maior, formando o plano
de gerenciamento dos resíduos da construção civil, quando, durante mais de um
ano, a Prefeitura, o Estado e a iniciativa privada, em conjunto, elaboraram
isso, e estamos trazendo aqui para a Câmara de Vereadores.
Para
finalizar, a última colocação do Ver. Dib retomou a importância histórica da
Secretaria Municipal do Meio Ambiente, a ousadia do Executivo e da Câmara de
Vereadores em responder com uma Secretaria a uma gestão ambiental que já se via
necessária desde 1976, há 31 anos. Isso é um orgulho, eu tinha só dez anos, nem
sabia o que era isso. Portanto, eu me orgulho, como porto-alegrense, de estar
numa cidade pioneira, madura para com o meio ambiente.
Finalizo,
Presidenta Maria Celeste, mostrando a evolução da gestão ambiental: hoje a
gestão ambiental é feita por várias Secretarias e o Conselho Municipal do Meio
Ambiente já criou e votou várias Resoluções que até então não votava, tem
acesso ao Fundo Municipal do Meio Ambiente, e, pela primeira vez, nós deixamos de
usar o Fundo Municipal do Meio Ambiente como custeio e como complemento
orçamentário da SMAM. Hoje, ele é apenas e unicamente utilizado para projetos
de gestão ambiental, todos eles aprovados e acompanhados pelo Conselho
Municipal do Meio Ambiente, que tem poder normativo e deliberativo em Lei, mas
agora, na prática, criado pela Lei Complementar nº 369. Nós estamos - não digo
que 100% - avançando muito numa gestão ambiental plena, compartilhada, e que
entenda a importância da participação da sociedade no processo decisório e de
entender que todos os recursos naturais e todas as formas de poluição devem ser
integralmente trabalhadas, para que possamos ter uma real qualidade de vida.
Eu
quero, então, Verª Maria Celeste, agradecer a sua, até mesmo, paciência, a sua
presidência neste trabalho, quero agradecer a Câmara de Vereadores, as Sras.
Vereadoras e Vereadores, agradecer a participação dos técnicos da SMAM, o Canal
16. Vimos aqui informar e até mesmo debater algo que é cada vez mais complexo:
cuidar da vida humana e das outras formas de vida. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Obrigada, Secretário, agradecemos a sua participação e, também, a participação
dos funcionários e técnicos da SMAM neste comparecimento. Suspendo os trabalhos
por um minuto para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h55min.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 17h): Estão reabertos os trabalhos.
Memorando
nº 305 (Lê.): “Informamos que a Verª Margarete Moraes estará representando a
Câmara Municipal na abertura da exposição da Arminda Lopes Perdas - A Estética
da Dor -, a realizar-se às 19 horas do dia 13 de setembro de 2007, em Porto
Alegre. Atenciosamente, Presidência da Câmara.”
Solicito ao Sr. Presidente da Comissão de
Constituição e Justiça para presidir os trabalhos deste momento, uma vez que
suspenderemos a Sessão para a Reunião das Comissões Conjuntas para a análise do
Parecer às Emendas nº 05 e 06, apresentadas durante a Ordem do Dia, PR nº
042/07, de autoria da Mesa Diretora, que dá conta da implementação do Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental.
Para
tanto, suspendemos a Sessão neste momento e solicito ao Sr. Presidente da
Comissão de Constituição e Justiça, Ver. Nereu D'Avila, que assuma a condução
dos trabalhos.
Estão suspensos
os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 17h01min.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni – às 18h02min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos
ao
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Elias Vidal.
Aí
me permitam, meus colegas Vereadores, fazer uma reflexão sobre o nosso Senado.
A função do Senado da República é representar os Estados federados, e quero
dizer que, ao longo da história do Senado da República, muito pouco vi o Senado
ou os seus Senadores representar os seus Estados federados! Na verdade, ele é
uma Câmara revisora conservadora. Portanto, ou o Senado vai ser o Senado que
vai sentar com o Governador do seu Estado, que vai sentar com a Assembléia do
seu Estado e vai definir o que é prioritário e, portanto, vai trabalhar nessa
agenda, ou então o País - que não quer enfrentar uma Reforma Política, mas, se
enfrentar, na minha avaliação - tem que analisar a possibilidade ou não da
continuação do Senado. Porque não há razão de ser apenas uma segunda Câmara, uma Câmara
Alta revisora do Congresso Nacional, custando muito caro para este País. E aí,
meus caros colegas, ocorrem coisas hilárias: o jornal Folha de São Paulo fez
uma entrevista antes do processo, Ver. Elói, e encontrou 43 Senadores que iam
cassar. E, na saída, antes de saber do resultado, a maioria disse que havia
cassado. Eu respeito quem votou pela absolvição, respeito demais quem votou
pela cassação, mas, numa hora como essa em que seis Senadores se omitiram, isso
tem um nome: covardia! Seja para absolver, seja para condenar, deveriam se
manifestar! Esse é um dos piores e tristes episódios da história de um País.
Fizeram isso? Por que fizeram isso? Porque eles sabem que, tristemente, o povo
tem memória curta, porque, se o povo não tivesse memória curta, 30% desse
Congresso Nacional não teria voltado, porque estiveram envolvidos com “mensalão”,
com “mensalinho”, com “sanguessugas” e todas as demais sujeiras praticadas na
República, enquanto o povo passa fome, dorme debaixo da ponte, a criança pede
na sinaleira, e os homens da República repartem o dinheiro fácil de uma carga
tributária que tem 40% e tem desvios de dinheiro de recursos extraordinários.
Absolveram, porque sabem que a manchete, daqui a dois dias, não é mais a
manchete do Sr. Renan Calheiros. Mas absolveram também, porque aqueles que o
absolveram, no mínimo, praticaram ou praticam os mesmos atos dele, porque os 40
que votaram nele, com certeza, fizeram dessa forma!
Já
dizia o nosso Nelson Rodrigues: “Em Brasília, não há inocentes, há cúmplices”.
Mostrou a cumplicidade do clube dos amigos, não se julgou a denúncia de Renan
Calheiros, que misturou público com privado, que usou dinheiro de empreiteira,
por intermédio de um lobista, mas se julgou um parceiro. Não se julgou a
denúncia, julgou-se o parceiro e, ao julgar o parceiro, entre a denúncia,
ficaram com o parceiro. O parceiro dos uísques depois do final da Sessão do
Congresso, das noites indormidas.
Mas eu quero dizer, meus amigos, que o “caminho da roça” é mais
democracia, não é fechar o Congresso, não é a ditadura, mas o Brasil precisa
enfrentar uma Reforma Política que acabe com essa vergonha de financiamento de
campanha, em que hoje se gasta milhões para se eleger alguém!
Portanto,
idéias não têm valor, o que tem valor é albergue, o que tem valor é compra de
voto! Tem de haver uma Reforma Política que acabe com essa nojeira dessas
emendas parlamentares em que o Deputado chega no Município vizinho e diz:
“Quantos votos o senhor vai me dar se eu lhe der 500 mil”. E ele responde: “Eu
lhe dou cinco mil votos na próxima eleição”. E o Deputado diz: “Não, se o
senhor não me der 10 mil votos, não vou lhe dar emenda, porque o vizinho do
lado aqui vai me dar 10 mil votos”.
Uma
Reforma Partidária, sim, que enfrente o que há no fulcro dessa questão, em que
há um sistema presidencialista corrupto, que elege um Presidente da República
com 60% dos votos e dá ao Partido do Governo 16% dos votos, e ele sai com a
cesta de tíquete-refeição, de dólares, de dinheiro, comprando Parlamentares
para fazer uma maioria. Isso pode ter qualquer nome, Ver. Ismael,
menos democracia.
Por
isso eu quero aqui dizer que, na nossa avaliação, foi um capítulo, porque o Sr.
Renan pode estar comemorando, mas as ruas não vão calar. O duro é olhar as ruas
e ver que hoje não há ninguém para capitanear, nem a CUT, nem a CGT, nem os
Partidos políticos, nem a OAB. Não vejo ninguém, hoje, liderando um processo
que deveria tomar as ruas e fazer uma grande marcha e dizer o seguinte:
“Queremos o Congresso, sim, mas um Congresso que não seja das trevas. Um
Congresso que não vote secretamente”.
Esta
Casa, em 1989, abriu os seus votos. Eu quero dizer que nós, Vereadores de Porto
Alegre, temos orgulho de cada voto que nós colocamos aqui, e os
porto-alegrenses sabem como nós votamos, mas não sabem como vota o Congresso
Nacional. E aí, meus colegas Vereadores, mais uma mediocridade: eu ouvi e vi
muitos hipócritas dizendo que eram a favor do voto aberto, mas existe no Senado
da República dois, três Projetos que estão há um ano e meio na Comissão de
Justiça, aguardando um Parecer para que o voto seja aberto, e os canalhas não
quiseram dar o Parecer, e todos foram para o holofote dizer que eram
favoráveis, todos aqueles que foram favoráveis, e outros disseram que fecharam
questão! Mas como vou fechar questão com voto secreto?! Eu queria que me
ensinassem essa regra, porque voto secreto não tem como fechar.
Por
isso eu quero, ao finalizar, saudar a Presidenta, saudar o Presidente do meu
Partido, que está aqui, o Antenor Ferrari, ex-Deputado, ex-Presidente da
Assembléia; bem-vindo à nossa Casa, Ferrari, para a nossa satisfação.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Rapidamente, meu caro Ver.
Sebastião Melo. (Lê.) “Crime contra a História”. Esse extraordinário Senador da
República, Cristovam Buarque, do PDT, diz (Lê.): “Está no Regimento que a
Sessão deve ser secreta. Para não cometer um crime contra a História, temos de
gravar esta Sessão, e a Mesa define quando essa gravação deve se tornar
pública, mesmo que seja daqui a 20 anos”. Meu caro Vereador, muito obrigado
pelo aparte.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Por
isso, Presidenta, encerro dizendo que é um dia triste, mas isso nos faz lutar
mais para termos democracia neste País. E, democracia neste País nós só vamos
ter mesmo no dia que nós tivermos mais educação; educação e oportunidade,
porque educação e oportunidade fazem com que a população escolha melhor os seus
representantes. Ninguém chegou a esta Casa de graça, ninguém chegou à
Assembléia de graça, e, muito menos, ao Congresso Nacional. Portanto, aquele
Congresso é o extrato da sociedade, e nós temos de trabalhar essa sociedade,
porque este Brasil é extraordinário, maravilhoso, e a sua classe política,
infelizmente, tem sido muito pior do que o povo brasileiro. Muito obrigado, Srª
Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Grande
Expediente.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Presidenta
Maristela Meneghetti, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu, ontem,
ao encaminhar a Moção de Repúdio ao ato ocorrido no Senado da República, usava
o que Cícero, Senador romano, usava quando diante de circunstâncias perguntava:
cui prodest? A quem interessa? A quem ajuda a presente e lamentável
decisão do Senado Federal? De qualquer forma, Srª Presidenta e Srs. Vereadores,
nós, que agora comemoramos a Semana Farroupilha, o Movimento de 1835, quando
o Estado se levantou em armas contra o Império que o massacrava, que fazia uma
política discriminatória... Estando praticamente dizimada a Cavalaria Farrapa,
os Farrapos já com os seus recursos materiais terminados aqui na Fronteira, o
ditador Rosas oferecia às Tropas Farrapas e a David Canabarro dinheiro e
cavalos, e David Canabarro respondeu: “Quando o primeiro soldado castelhano
cruzar a Fronteira, com o seu sangue assinaremos a paz com os imperiais”.
Então, quando se comemora a Semana Farroupilha, esses dados, esses exemplos da
história têm de ser trazidos. Quando as instituições se decompõem, quando o
Congresso Nacional, as instituições começam a se esboroar, é preciso que
voltemos à Epopéia Farroupilha, que se constituiu numa verdadeira sementeira de
idéias, de ideais e de valores.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Elói Guimarães, que momento triste a
gente vive na política, nem tanto para nós, mas para o povo brasileiro. Ontem,
quando nós votamos a Moção, eu também gostaria de sugerir, Vereador, futuro
Senador também, que nós, Vereadores, aqui, fizéssemos um abaixo-assinado e o
mandássemos para o Congresso, pedindo a recontagem dos votos e pedindo, também,
para imprensa entrevistar todos os Senadores, para sabermos quem é que votou
contra ou a favor.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Exatamente.
Devo dizer ao Ver. Alceu Brasinha que foi extremamente honroso para este
Vereador compor, como primeiro Suplente, a chapa do Senador Pedro Simon, cuja
história, cujas posições dispensam qualquer alusão.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Elói Guimarães, primeiramente
obrigado pelo aparte. Quero dizer a V. Exª que temos, a partir de ontem, uma
alma vagando, uma alma penando de tristeza ao ver o que aconteceu ontem. Ficou
uma tristeza, não só para o Brasil, mas para outros países. A alma de Leonel de
Moura Brizola, meu caro Ver. Elói Guimarães - por tudo o que representou a sua
vida digna, a sua história - está triste, penando como o povo brasileiro está
penando hoje; grande parte deste povo tão sofredor. Sou grato a Vossa
Excelência.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN:
Excelentíssima Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; nobres Vereadores e
Vereadoras, logicamente não quero entrar no mérito se S. Exª, o Presidente da
República, é responsável ou não é responsável. Mas eu me vejo, nobre Ver. Elói
Guimarães, no que foi demonstrado ontem para mim e para todo este País, em uma
verdadeira república monocrática, em que uma pessoa só detém o poder do nosso
País; uma pessoa só que está manipulando o nosso País. E, usando as palavras do
Edil que me antecedeu, a democracia é muito frágil; os maiores tiranos, os
maiores imperialismos, as maiores ditaduras se escondem atrás da democracia, e
essas são as piores. Sempre estive a falar nesse contexto que para termos uma
democracia sólida, justa e convincente nós teríamos que ter os três Poderes com
suas autonomias, com equilíbrio dos três Poderes. Hoje, nós temos apenas um
Poder, de uma pessoa só. Já na condenação da quadrilha dos quarenta
“mensaleiros”, acostava a governabilidade que os Ministros do Supremo Tribunal
Federal, indicados por S. Exª, o Presidente Lula, iriam absolvê-los, e o
Supremo Tribunal Federal se recuperou perante a opinião pública ao demonstrar a
sua independência clara, aberta, jamais secreta, e acolheu a condenação do
Relator que tratou os 40 meliantes como quadrilha. Será que ontem não aconteceu
a mesma coisa? Pela manhã, percorrendo meu bairro, a todas as pessoas que eu
encontrava, eu perguntava sobre o dia de ontem, e a qualificação mais amena que
ouvi foi “uma verdadeira palhaçada”, para não dizer outras coisas que não
convêm ao nosso ambiente.
Quero,
em nome do Democratas, reafirmar aqui o procedimento do Partido desde o
princípio da ação: firme, imperturbável em defesa da Instituição. O nosso
Congresso perdeu a oportunidade, se é que isso adianta alguma coisa, de
recuperar ou de buscar o consenso da moralidade e da ética, que estão tão
distantes dos nossos homens públicos e da sociedade.
Ontem,
adoentado, estive ausente, e acompanhei pela televisão as mais diversas
manifestações, todas conclusivas, todas sinônimas. Não havia uma meia-dúzia de
discordância dos partidos que tentavam inocentar um colega comprometido com a
Instituição. Monocrático, não se afastou do cargo; não tinha força moral sequer
de proferir o seu voto. Quero, aqui, dar os parabéns aos 35 Senadores, que
ainda levam consigo a desconfiança do voto secreto, de saber quem foi e quem
não foi que votou. E lamento a decisão dos 40 que votaram contra, que
compactuaram com essa falta de moralidade e de ética no nosso País. Mas pior
ainda para mim foram aqueles que se abstiveram, que se esconderam do seu
compromisso maior de dizer que ele era culpado ou que ele não era culpado
perante a sua Instituição. Porque o voto de abstenção - nós temos que explicar
ao povo - é o mesmo que votar não. Por que então não assumiram e votaram não ao
invés de se absterem? Porque, para a condenação, seriam necessários 41 votos,
não interessando quantos votos tivessem do outro lado.
Portanto,
quero, em nome do Democratas, deixar aqui a nossa indignação, mas fazendo um
apelo para que a sociedade, o povo brasileiro, resgate, de maneira altruística,
de maneira patriótica e ordeira, o direito inalienável de uma democracia forte,
de substituirmos aqueles Senadores que não mereceram a confiança pelo voto e
pela indignidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; colegas Vereadores e
Vereadoras, venho aqui, em nome do meu Partido, o Partido dos Trabalhadores,
trazer a indignação da nossa Bancada e do PT Municipal pelo resultado de ontem
no Senado Nacional.
Vereadores e
Vereadoras, a Câmara Municipal de Vereadores tem um trabalho muito digno, e
somente neste ano, Ver. João Antonio Dib, esta Casa votou a diminuição do
recesso; votou que o reajuste do salário dos Vereadores fosse no mesmo índice
do reajuste dos funcionários; votou e organizou o site da transparência
para que todos os dados sejam consultados pela população; votou a Lei do
Nepotismo, mas tudo isso some na poeira da política brasileira e da opinião
pública com o acontecido no Senado.
Ontem, o Senado da
República mentiu ao povo brasileiro, porque, na saída dos Senadores, um a um
foi entrevistado, e 42 deles disseram que votaram pela cassação, mas só houve 35
votos a favor da cassação, portanto, sete Senadores mentiram, e não sabemos
quais foram. Mas não foram os Senadores que mentiram, foi a Instituição
brasileira do Senado que deixou a desejar para a Nação brasileira, e aí, querer
atribuir isso, no mínimo, ao Presidente da República, tem um
equívoco. Por quê? Vejam bem, o PMDB contribuiu ontem, segundo a análise do
Carlos Bastos, que é um jornalista do cenário político do Jornal do Comércio,
com 16 votos. Nós temos que dizer isso aqui. O Senador do PMDB gaúcho, Pedro
Simon, votou pela cassação. O PT também contribuiu com alguns votos, mas o
Senador Paulo Paim votou pela cassação, e do PTB, que tem uma Bancada com seis
representantes, somente o Senador Sérgio Zambiasi votou pela cassação.
Portanto, os três Senadores gaúchos cumpriram com um papel que nós aqui
defendemos. Eu tenho confiança política no voto desses três Senadores.
Portanto, do PTB, dos seis, o Zambiasi votou
contra, e os outros cinco votaram a favor. Do PP, o Dorneles fez uma defesa lá,
mesmo secreta - todo mundo sabe - votou a favor de Renan Calheiros. O PSB tem
três Senadores, e se atribui o voto de Antonio Carlos Valadares, de Sergipe,
pela absolvição de Calheiros. Já o PDT contribuiu com o voto do baiano João
Durval, em favor do Presidente do Senado. E as Bancadas oposicionistas do PSDB
e do DEM também contribuíram de forma decisiva para a absolvição de Calheiros.
Entre os tucanos, são considerados votos certos em apoio a Calheiros, em
virtude de manifestações públicas, os Senadores Papaléo Paes, do Amapá; Flexa
Ribeiro, do Pará; João Tenório, de Alagoas. Foram três defecções, numa Bancada
de 13 representantes. E o DEM, que contava com os Parlamentares mais radicais e
intransigentes pela condenação de Calheiros contribuiu pelo menos com cinco votos:
Antonio Carlos Magalhães Júnior, da Bahia; Edison Lobão, do Maranhão; Erasto
Fortes, do Piauí; e Efraim Morais, da Paraíba.
Por que estou dizendo isso? O problema não é, neste
momento, do partido A ou B. É da Instituição Congresso Nacional. Se não sair
uma Reforma Política e essa Reforma Política, caras Vereadoras e caros
Vereadores, não for convocada por uma Constituinte exclusiva para que possamos
fazer uma verdadeira Reforma Política, nós não corrigiremos por dentro da
estrutura, porque se ontem o voto tivesse sido aberto, o resultado teria sido
outro. E esta Casa, há muito tempo, faz o voto aberto, transparente, em que
todos sabem a opinião e a posição de cada um dos Vereadores.
Portanto, Srª Presidenta, em nome do meu Partido, o
Partido dos Trabalhadores, venho aqui, sim, para buscar o apoio de todas as
Bancadas, no sentido de que venhamos a lutar para instalar neste País uma
Constituinte exclusiva para que se faça a Reforma Política. Só assim poderemos
corrigir, sem interesses diretamente ligados aos cargos que lá estão, no
Congresso Nacional. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, hoje é um dia de muita tristeza, pois o que aconteceu lá em
Brasília é uma verdadeira vergonha para nós principalmente, os Vereadores. Esta
Casa está aqui lamentando tudo o que aconteceu. Mas eles deveriam ter a coragem
de dizer quem é que votou contra e quem é que votou a favor. Eu gostaria de
saber o nome de todos eles. Quem são os 40? Quem são os seis? Quem são os 35?
Isso eu gostaria de saber.
Mas,
senhores e senhoras, eu venho aqui lembrar um pouquinho do passado. Ver.
Haroldo de Souza, eu conversava há poucos minutos com V. Exª e perguntava se
lembrava daquele gol que V. Exª narrou, do Baltazar de Deus Maria, nosso
centroavante do Grêmio, que começou a carreira, realmente, em 1981.
E mais ainda, Ver. João Antonio Dib, eu tenho o
privilégio, e agradeço a Deus por ter me feito gremista, porque, na minha
família, somos 12 irmãos, e o único gremista sou eu; o único gremista e me sinto muito honrado e orgulhoso de
representar a minha família gremista, porque ser gremista é um prazer enorme.
Quero dizer para o senhor, Ver. Dib - eu sei que o senhor é uma autoridade
nossa lá no Grêmio, o senhor é Conselheiro gremista - este fantástico Clube
que, no sábado, dia 15, estará completando 104 anos de idade, nos anos 80 deu
uma aula de futebol para o mundo, para o Brasil, para a América, para o mundo
todo. Os anos 80 foram os maiores anos de glória do Grêmio.
E
eu, como um bom gremista, sócio do Grêmio, não poderia deixar de falar no Clube
que nós tanto amamos, Ver. Mario Fraga. O Vereador sempre está lá, junto, na
arquibancada, torcendo e aplaudindo os atletas do Grêmio. E amanhã, à noite,
tem um grande jantar em comemoração aos 104 anos do Grêmio. São tantas emoções
que passamos junto com o Grêmio! Foram várias, como a Batalha dos Aflitos, que
jamais alguém vai esquecer, porque aquilo foi a verdadeira, a fantástica
vitória; um milagre que poderia acontecer, que era nós voltarmos para a
primeira divisão, Ver. Mario Fraga.
Eu
sei que aqui tem vários Vereadores que são colorados, e tenho respeito por
eles. Por exemplo: a nossa Presidenta, que está dirigindo os trabalhos, que é
uma defensora da cor vermelha, a Verª Maristela Meneghetti; e o Ver. Sebenelo,
também. Mas quero dizer que vocês são corajosos, porque no Rio Grande tem essa
fantástica torcida gremista, que leva o Grêmio onde é possível levar, onde
quiser, não tem quem nos segure mais!
E
sábado nós estaremos completando 104 anos de idade; e domingo tem a festa maior
do futebol, o maior espetáculo do Rio Grande e do Brasil, que é o Gre-Nal. E
nós, com certeza, vamos festejar o aniversário de 104 anos com belíssimos gols
do Grêmio principalmente; vamos ganhar a partida! Eu, como torcedor, falo que
vamos ganhar. E tenho certeza absoluta de que os atletas que lá estarão
defendendo as cores e a camisa do Grêmio vão levantar uma grande vitória em
cima do Campeão Mundial, cujo painel de Campeão do Mundo foi retirado, a mando
da FIFA. Na segunda-feira, nós estaremos, aqui, novamente, com todo o prazer. O
Gre-Nal move toda a Cidade, todo o Rio Grande, pois todo mundo fica satisfeito
com o Gre-Nal. E, numa família, pelo menos uma pessoa gosta de futebol.
Para
concluir, Srs. Vereadores, eu peço que Deus ilumine o caminho dos atletas, para
irmos rumo a uma vitória fantástica de três a zero em cima do Internacional!
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Claudio Sebenelo está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta e Srs. Vereadores, eu
estou preocupado com o processo religioso que se desenvolve aqui e em outros
Plenários. Ontem, eu estava preocupadíssimo com a imagem de Nossa Senhora
Aparecida na mesa do Renan Calheiros. Eu achei que ela estava numa situação
difícil, pois ela teve que agüentar “aquela mala mentirosa” durante todo o
julgamento, e, depois, ainda teve que agüentar a vítima dizer que foi para casa
rezar. Ora, os santos, os deuses, as deusas, não têm como atender aos pedidos
do Presidente do Senado, assim como Deus não poderá atender esse pedido
presunçoso do Brasinha, de achar que, no domingo, o time dele vai ganhar. Não,
Brasinha, não é assim! Pensamento mágico é a pior coisa que pode acontecer para
este País. Apenas houve uma magia lá no Senado. E, de repente, alguns
Senadores, alguns réus confessos, disseram que não votaram, porque era bom ter
abstenção. E “um moço do PT”, o Sr. Mercadante, desgraçadamente com esse
sobrenome, disse que não iria votar contra o Presidente e nem iria votar a
favor. E, o que é pior, tem um outro messias aí, que está na Europa agora, que
chegou e disse: “Não temos nada que ver com o que está acontecendo no
Congresso”. E nós temos que aceitar os resultados desse festim incrível que
vimos no Congresso ontem. Quer dizer, não é no País dele. Quando um País inteiro
está absolutamente constrangido, está indignado, nós temos que ser obrigados a
aceitar e nos acostumar com o fato de que os Poderes são independentes e que
nós não temos nada a fazer. Ora, sabe-se que o “mensalão”, os 40 indiciados, a
formação de quadrilha - segundo o Procurador da República, toda essa formação
de quadrilha e o “mensalão” se davam ao lado da sala do Presidente da
República, Ver. Carlos Comassetto! E, ainda, os Vereadores vêm aqui à tribuna
dizer que têm orgulho dessa página nacional fantástica. Até, outro dia, a minha
querida amiga e grande Deputada Maria do Rosário escreveu um artigo no jornal
Correio do Povo sobre a convenção do Partido dos Trabalhadores, Ver. Carlos
Comassetto. Parece que eles estão no auge, esqueceram dos seis anos do Toninho;
esqueceram da República de Ribeirão Preto; esqueceram do assassinato de um
Prefeito em Santo André, por motivos políticos comprovados, denunciados a todo
País, e que, até hoje, fica tudo encoberto, o lixo todo varrido para debaixo do
tapete.
Uma
Nação envergonhada pelo elogio à ignorância, que caracterizam esses anos de
Presidente Lula, faz com que nós tenhamos que ouvir tudo, que passar por toda
essa desgraça pessoal num país que precisa resgatar não só a sua dignidade e a
sua credibilidade, mas precisa resgatar, também, o direito de se indignar e
isso ter repercussão na República; pois, amanhã, começa tudo de novo, porque
“não temos nada a ver com esse assunto, não sabemos de nada, nunca vimos, e é
tudo bobagem”. Nós achamos que temos que nos acostumar a aceitar esses
resultados dessa votação no Senado; dito, formalmente, pelo Presidente da
República: “A Nação que possa ficar indignada; o Presidente não tem nada a ver
com isso!”
(Não
revisado pelo orador.)
Agora,
o que aconteceu ontem foi uma coisa profundamente vergonhosa para todo o povo
brasileiro. Porque não havia dúvidas das culpas do Sr. Renan Calheiros. Mas
outros Senadores também tinham culpa. Esse que assumiu no lugar daquele que
saiu, o Sr. Gim, já tem uma ficha corrida na Polícia maior que a do Renan
Calheiros. E estava lá, votando - é claro - pela absolvição do Renan Calheiros.
Agora, os seis que deixaram de votar, esses foram mais desonestos do que os
outros. Abstiveram-se de votar; foram mais desonestos. Porque, neste momento em
que o Brasil esperava uma solução, seis não tiveram a coragem de dizer “sim” ou
“não”. Na verdade, votando pela abstenção, eles votaram pela não-cassação,
porque eram necessários 41 votos, um era do Renan Calheiros... Tinha que ter
41, e isso não aconteceria de forma nenhuma, pois esses seis decidiram que
votariam pela abstenção, o que é uma forma triste de fazer política.
Eu
acho que é preciso uma Constituinte específica para fazer a Reforma Política,
porque esses que estão aí não vão fazer nada. O Senador Pedro Simon disse uma
coisa com a qual eu concordo: não se espere que venha nada do Congresso
Nacional; têm que ir do povo para o Congresso Nacional medidas fortes, sérias e
responsáveis, porque, lá no Congresso, a maioria é irresponsável! A maioria é
irresponsável, tanto que vendem os seus votos em troca de medidas que podem ser
úteis ou não ser úteis. E levam apenas para si ou para os seus Estados, não
importa. O voto não se vende! O povo manda o seu representante para lá para
votar como ele, povo, gostaria de votar, e não de forma diferente.
Portanto,
é preciso uma Reforma Política, e ela só se fará com uma Constituinte
exclusiva, sem que esses terríveis Deputados e Senadores que lá estão tenham
oportunidade de opinar. Eles não podem opinar, eles não têm moral, eles não têm
mais seriedade, não têm mais nada para ser dito, a não ser baixarem a cabeça e,
humildemente, pedirem desculpa ao povo brasileiro pelas barbaridades que eles
cometeram!
Mas
eu espero que, nos três próximos processos que deve enfrentar o Renan Calheiros,
ainda sobre algo de dignidade nessa gente, e ele seja cassado! Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. ALCEU BRASINHA (Requerimento): Solicito
verificação de quórum.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em votação nominal, por solicitação do Ver. Haroldo de
Souza, o Requerimento do Ver. Brasinha. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Há
quórum.
Passamos às
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. A Verª Maristela Maffei está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente.
O Ver. Newton Braga Rosa está com a palavra em
Comunicações.
O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Srª
Presidente, prezados colegas, eu gostaria de, rapidamente, neste final de
tarde, fazer um registro a respeito de uma palestra que ocorreu ontem na cidade
de Porto Alegre. Nós tivemos, na Federasul, o gerente do Google para o Brasil e
a América Latina. A maioria dos senhores conhece o Google, que se tornou a
ferramenta de busca mais poderosa e popular do Planeta. É uma empresa feita por
dois jovens, dentro do Parque Tecnológico da Universidade de Stanford, que, num
período de pouquíssimos anos, atingiu uma marca notável, sendo que hoje é uma
empresa que vale mais do que a própria General Motors.
O que o Google faz? Existem vários produtos do
Google, e o mais popular, Ver. Brasinha, é aquele em que você coloca uma
palavra-chave de um determinado assunto e ele diz onde, na Internet, aquele
assunto está desenvolvido. O mecanismo do Google é guardado a sete chaves.
O Sr. Márcio Bins Ely: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Newton Braga Rosa, eu queria
cumprimentar V. Exª por trazer este tema tão atual ao Plenário desta Casa, na
noite de hoje, e dizer da minha experiência, no período em que estive na
Secretaria Municipal de Esportes, Recreação e Lazer, em que nós apontamos todos
os equipamentos públicos de esporte e lazer da Cidade no Google Earth, ou seja,
todas as pessoas que quiserem acessar e clicar ali, no Tesourinha, no
Tamandaré, nos 49 campos de futebol, o globo gira e vai até o ponto onde a
pessoa clicou, sabendo ali quais são as aulas que há de ioga, de salão, de
vôlei. Nós temos todo esse equipamento por meio dessa importante ferramenta que
V. Exª traz para o debate na noite de hoje.
Meus cumprimentos, Ver. Newton Braga, pela sua
intervenção.
O SR. NEWTON BRAGA ROSA: O Vereador
mais jovem desta Casa domina a tecnologia e fez um trabalho, sem dúvida,
maravilhoso.
Porto Alegre é uma cidade muito mais conhecida
pelas pessoas em geral. Se você quer ir a um determinado local, você dá o
endereço onde se encontra, o local de destino, e o Google acha a trajetória
mais rápida para chegar até lá.
Por que este assunto está sendo tratado aqui nesta
tribuna? Por uma razão simples: existe um Projeto circulando na Câmara de
Vereadores que cria um parque empresarial tecnológico na zona do Aeroporto. Por
que naquela zona? Porque lá nós estamos perto das universidades que ficam no
eixo da BR-116, e não estamos, via Perimetral, muito longe do Campus da UFRGS,
da PUC, e do Ceitec, a nossa grande fábrica de microeletrônica.
Essa magnífica empresa revela o sinal dos tempos:
antigamente as pessoas mais ricas do mundo estavam relacionadas ao petróleo;
agora, estão relacionadas à informática e às telecomunicações. O mundo mudou, as ferramentas vieram para facilitar a
vida das pessoas, e, mais do que isso, Srs. Vereadores, para dar transparência
à vida pública. A Câmara Municipal, consciente do seu papel, na semana passada,
abriu o Portal da Câmara, em que informações a respeito do que ocorre nesta
Casa estão disponíveis na Internet para quem quiser acessar.
Outro
desafio importante vencido por esta Administração, foi a revitalização dos
Telecentros competentemente instalados na gestão anterior. Os Telecentros
receberam 350 computadores e estão sendo reinaugurados com novas instalações,
com muito mais eficiência. Porto Alegre é uma cidade de serviços, é uma cidade
que precisa achar uma vocação.
Eu
almocei hoje no Tecnopuc, em um compromisso que eu tinha no início da tarde. Eu
tive a oportunidade de conversar com jovens que estão em Porto Alegre,
trabalhando com colegas em diferentes países do mundo. E o mais espantoso:
falando em inglês fluentemente.
Mais
ainda, ontem, na aula inaugural da UniRitter, me foi dito algo que eu já sabia,
mas que acho que vale a pena trazer a esta tribuna. A área de informática é uma
das poucas áreas em que existe vagas sobrando e faltando profissionais
qualificados. Várias iniciativas existem no sentido de repor, de preencher
essas vagas. E acredito que a nobre missão de tornar a tecnologia a serviço das
pessoas possa continuar sendo o meu lema de trabalho nesta Casa. Muito obrigado
pela atenção.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. CLAUDIO SEBENELO (Requerimento): Srª
Presidente, queria fazer um Requerimento para que imediatamente passássemos à
Ordem do Dia.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em
votação nominal o Requerimento de autoria do Ver. Claudio Sebenelo. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) REJEITADO por 12 votos SIM.
Há
quórum para continuarmos a presente Sessão, portanto, continuamos no período
das Comunicações.
O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Nereu D’Avila.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma
Srª Presidente Maria Celeste, na pessoa de V. Exª quero cumprimentar as demais
Vereadoras e Vereadores desta Casa, o público que nos assiste nas galerias e
pela TVCâmara, senhoras e senhores, venho a esta tribuna, no período de
Comunicações, por cedência de tempo do Líder da minha Bancada, Ver. Nereu
D’Avila, Bancada do PDT composta nesta Casa pelos Vereadores Nereu D’Avila,
Neuza Canabarro, Mario Fraga, Ervino Besson e por este Vereador.
Eu
não poderia me furtar de tecer um comentário a respeito do que aconteceu,
ontem, em Brasília, quando o Senado inocentou o Senador Renan Calheiros. Quero
me somar a todas as intervenções que me antecederam; realmente, a população
está inconformada com o encaminhamento e com a conseqüente votação em função do
voto secreto, da Sessão fechada a portas lacradas. E quero dizer que,
realmente, Ver. Brasinha, é muito difícil que nós possamos iniciar uma
caminhada na política - e falo isso como o mais jovem Vereador desta Casa -,
porque, realmente, a classe política, hoje, no nosso País, está em descrédito.
E, infelizmente, esse fato que ocorreu ontem em Brasília se soma a tantos
outros escândalos que vêm, cada vez mais, levando a nossa categoria, a categoria dos
políticos, aqueles que querem fazer um trabalho e acreditam no futuro da Nação,
cair em descrédito. Infelizmente é o que ocorre e é também conseqüência do
desfecho da tarde de ontem em Brasília.
Mas eu gostaria de fazer menção aqui a uma
reportagem da semana passada, que diz respeito ao Projeto de Lei de minha
autoria, o Projeto de Lei nº 9.942, de 2006, que reduziu as filas de banco para
15 minutos. Diz a mensagem que das 48 agências visitadas, três da Caixa
Econômica Federal, uma do Banco do Brasil e uma do Bradesco, foram multadas, ou
seja, acreditem que a Legislação está valendo. Esta é uma conquista da Cidade,
Ver. Brasinha. As pessoas em Porto Alegre, em função da nossa iniciativa e do
apoio da Casa, tem o direito a serem atendidas em até 15 minutos nas filas de
Banco, e nenhum segundo a mais. Eu quero cumprimentar, Vereador, o nosso
Secretário Idenir Cecchim, que vem tão bem conduzindo o trabalho dos fiscais, e
que, realmente, já autuaram mais de 80 agências bancárias em Porto Alegre. Eu
tenho certeza que um dos reflexos mais importantes desta Legislação é a criação
de novos empregos, porque a estrutura física nas agências bancárias, Verª
Neuza, já existe, estão ali seis, oito pontos de caixas, mas apenas três ou
quatro funcionando.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador Márcio Bins Ely, eu quero dar os
meus parabéns, porque esta Lei é da sua autoria, e também dar os parabéns ao
Secretário pelo trabalho excelente que vem desenvolvendo na Secretaria; ele vem
trabalhando e vem mostrando que tem Lei na Cidade. E esta Lei veio para
funcionar, não para ficar mais uma Lei parada. Meus parabéns, Ver. Márcio Bins
Ely, porque V. Exª foi o grande autor da Lei.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Muito
obrigado. Também quero atribuir aqui ao Ver. Juarez Pinheiro que foi quem
construiu também uma Legislação nesse sentido, que estabelecia 30 minutos, e 45
minutos em dias de pagamento, e nós atualizamos a Legislação reduzindo para 15
minutos, e 20 minutos em dias de pagamento e vésperas de feriado. Quero dizer
da nossa convicção de que o sistema financeiro é, hoje, Ver. Mario Fraga,
talvez o setor que mais lucra no nosso País. Nós sabemos que diversos recursos
já existem no sentido de acolher demandas como a Internet, como os
auto-atendimentos, como uma série de facilidades que, praticamente, cobrem 90%
das operações bancárias, mas, mesmo assim, as pessoas ainda são submetidas a
ficar em pé, aguardando para serem atendidas nas filas de banco.
O Sr. Mario Fraga: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, da mesma forma, quero dar-lhe os
parabéns, e dizer que comigo casualmente aconteceu: eu estava em um banco, não
estava na fila, estava entrando no banco, e os fiscais da SMIC estavam saindo,
e aí ficou o comentário. Eu fiquei muito satisfeito de as pessoas estarem
comentando, darem os parabéns, e fiquei pensando em Vossa Excelência. Meus parabéns
pelo Projeto!
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Agradeço a
intervenção de V. Exª, Ver. Mario Fraga, e concluo a minha intervenção no
Período de Comunicações.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Vereador
Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder. (Pausa.)
Ausente. O Vereador Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de
Líder. (Pausa.) Ausente.
O Vereador Mario Fraga está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. MARIO FRAGA: Srª Presidenta,
Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, venho, neste
momento, Ver. Márcio Bins Ely, falar em nome da nossa Bancada, composta pelos
Ver. Márcio Bins Ely, Verª Neuza Canabarro, Ver. Ervino Besson, Ver. Nereu
D’Avila e por este Vereador, quero tecer um comentário, também, Ver. Brasinha
que nos ouve neste momento, sobre o dia de ontem em Brasília. Para nós,
gaúchos, principalmente, foi lamentável. Eu comentava ainda há pouco com o
Vereador-Líder, Nereu D’Avila, como nós somos diferentes, como nós, gaúchos,
somos diferentes, e diria que até os que vivem aqui conosco, o Ver. Haroldo, o
Ver. Sebastião Melo, tantos outros que vieram de fora e já convivem conosco na
nossa terra há bastante tempo. Jamais, se fosse aqui na nossa Câmara - até a nossa
Câmara já cassou uma Vereadora aqui -, se fosse aqui na Assembléia Legislativa,
aconteceria isso! O pior de tudo é isso, não é Ver. Brasinha, ficarmos na
incógnita: quem é que votou pelo Renan Calheiros? E mais, o Governo Lula, que
não disse abertamente se era a favor ou se era contra. Mas o nosso Partido, em
reunião nacional de que o Ver. Márcio Bins Ely participou, decidiu que os
nossos quatro Senadores deveriam votar sim, a favor da cassação do Renan
Calheiros. Tenho certeza, Vereador Márcio Bins Ely, que eles assim o fizeram,
votaram a favor da cassação do Renan Calheiros. Então, nós, do PDT, estamos
tranqüilos, mas não tranqüilos assim em nível nacional. Nós não gostaríamos que
isso tivesse ocorrido!
Voltando à nossa planície, Ver. Brasinha, tem aquela
parte da nossa Casa que parece que para eles a Cidade às vezes não existe,
então, por isso, vou chamar V. Exª, que tanto lutou para o reinício das obras
da Av. Baltazar. Graças a Deus, para aquele nosso povo lá da Zona Norte, todo
mundo está trabalhando e, se Deus quiser, no ano que vem vai estar concluído
aquele curso, aquele trecho de cinco quilômetros, que vai dar uma movimentação
enorme na nossa Cidade.
Mas chamei para Porto Alegre, porque ando pouco
para aqueles lados, V. Exª Ver. Brasinha anda mais. Gostaria de comentar - Ver.
Nilo, nós, da Zona Sul - sobre o trabalho da EPTC. Que barbaridade! Que coisa
boa! A nossa Zona Sul nunca esteve assim. Posso dizer que tenho 50 anos de Zona
Sul, ela nunca esteve tão sinalizada: Av. Eduardo Prado, Av. Wenceslau Escobar,
Av. Cel. Marcos, a Av. Diário de Notícias sendo duplicada. Estou falando da
sinalização, Ver. Márcio Bins Ely, nós, que fazemos esse percurso todos os
dias, ida e volta. O trabalho da EPTC, do Secretário que eu até - Ver. Nilo, no
começo, quando o Prefeito Fogaça o convidou - tinha restrições, tinha muitas
restrições com o Secretário de Mobilidade Urbana. Achei que ele tinha mais um
perfil de professor, de técnico, e, para nossa felicidade, eu que faço parte do
Governo como Vice-Líder, fico contente que a EPTC esteja trabalhando
principalmente da Zona Sul - não posso dar o testemunho da Zona Norte, porque
vou muito pouco lá, mas a Zona Sul está brilhando. Eu estou dando, então, os
parabéns pelo brilhante trabalho que o Secretário Senna está fazendo.
Falando do esporte, aqui na nossa Casa, nós temos
sempre um período, na nossa hora de lazer, num minuto de folga em que a gente
se encontra, também comemoro sempre com o Ver. Brasinha e com os demais
gremistas, sim, pois sou gremista “de quatro costados”, e no dia 15 próximo -
para minha felicidade também tenho um sobrinho que faz aniversário nessa data,
nasceu no dia do aniversário do Grêmio -, se Deus quiser, Ver. Brasinha, vamos
comemorar sábado e vamos continuar comemorando no domingo. Até a vitória! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 19h16min.)
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